Opnova AI levanta 3,4 milhões para ajudar a reduzir processos IT repetitivos

Com sede na Califórnia, nos EUA, a startup, que tem três cofundadores portugueses, tem o centro tecnológico em Portugal, com cinco pessoas. O objetivo é duplicar equipa até ao final do próximo ano.

Nasce com o objetivo de ajudar as empresas a reduzir processos de IT repetitivos que levam a perdas de horas de produtividade. Para isso, a luso-americana Opnova levantou 3,75 milhões de dólares (cerca de 3,37 milhões de euros) numa ronda pré-seed coliderada pelo fundo português Faber, pela ScaleX e pela Preface Ventures. A startup tem o centro tecnológico em Portugal, com cinco pessoas, mas o objetivo é duplicar equipa até ao final do próximo ano.

Esta é a terceira startup fundada por José Luís Pereira, presidente e CTO da Opnova — startup que tem ainda como cofundadores o ex Feedzai Pedro Saleiro (Chief AI Office) e Tiago Melo (Chief Architect) –, juntamente com Sinan Eren, o CEO. Relação com o atual CEO e cofundador da Opnova tem mais de uma década e decorre de um convite para ir trabalhar para a sua empresa nos EUA, um contacto feito via internet, em 2012.

“Estava a tentar tirar o doutoramento. Na altura, não estava a correr muito bem, não estava a gostar porque tinha tido muitas cadeiras e eu estava mais virado para fazer alguma coisa mais prática. Na altura tinha uns projetos open source que fazia na internet e encontraram-me. E foi assim que fui lá parar (a Silicon Valley, em São Francisco)”, lembra José Luís Pereira.

“O Sinan acabou por me tornar um dos founders da empresa. Esta relação fez com que tivéssemos uns exits bem-sucedidos. Vendemos a nossa primeira empresa, a Avast, depois a nossa segunda, a Fyde, à Barracuda em 2015. No ano passado, estávamos na Barracuda e decidi sair da empresa para tirar uma sabática. Queria estar uns meses sem parar. Estava a pensar no que queria fazer no futuro”, explica.

Nós tentamos estar juntos, pelo menos, de duas em duas semanas já acho que é importante manter esta ligação, principalmente quando começarmos a ter pessoal mais jovem. Já temos duas contratações alinhadas até ao final do ano e queremos dobrar a equipa até ao final do próximo ano.

José Luís Pereira

Presidente e CTO da Opnova

Em janeiro, depois de uma visita a Sinan nos Estados Unidos, surgiu a ideia de se avançar com um novo projeto. “Temos uma dinâmica muito boa de partilha de ideias e acabamos, naquelas três semanas em que eu estava em casa dele, por ter uma ideia que achámos bastante interessante, que tem a ver com a automação de processos da área de IT”, conta o CTO.

“Criámos logo empresa e começámos logo a fazer o pitch a uma série de pessoas influentes da nossa área, também para validar o conceito. Quando vim para Portugal pus as mãos ao trabalho. Larguei a sabática e começamos logo a trabalhar neste projeto”, refere ainda.

Hub tech em Portugal

Com sede em na Califórnia (Silicon Valley), nos Estados Unidos, a Opnova tem o centro tecnológico em Portugal. “Montamos a equipa de engenharia toda cá”, diz o CTO. Hoje são cinco pessoas, mas o objetivo é crescer. O modelo de trabalho é remoto, tendo um espaço para reunir na Founders Founders, em Campanhã, no Porto.

 

“Tentamos estar juntos, pelo menos, de duas em duas semanas, acho que é importante manter esta ligação, principalmente quando começarmos a ter pessoal mais jovem. Já temos duas contratações alinhadas até ao final do ano e queremos dobrar a equipa até ao final do próximo ano”, adianta José Luís Pereira.

Portugal é também olhado como um potencial mercado para a realização de negócio, mas o foco da empresa é nos Estados Unidos.

“O nosso mercado mais importante vai estar sempre nos Estados Unidos, porque é o mercado que conhecemos muito bem e onde temos muito bons contactos. Apesar de tudo, temos interesse e vamos estar a contactar a empresas portuguesas”, diz, pese embora o cliente alvo da Opnova serem empresas com mais de 5.000 colaboradores, organizações que, pela sua dimensão, podem tirar maior potencial da solução proposta pela startup que visa reduzir as funções IT repetitivas, feitas manualmente, e que não acrescentam valor ao negócio.

O que propõe a startup

José Luís Pereira exemplifica. “Nos Estados Unidos há empresas que fazem onboarding de centenas de pessoas todos os dias e acabam, muitas vezes, por ter que subcontratar e fazer outsourcing desses processos em empresas consultoras. Isto porque, no fundo, são processos muito manuais”, diz. Por exemplo, “uma pessoa vai ser rececionista num hotel em Las Vegas. Há que ir ao software de payroll adicionar a pessoa e configurar; ir ao software que abre as portas do hotel e configurar-lhe o cartão de entrada. Ou seja, há uma série de centenas de passos manuais, que têm que ser feitos e que não trazem necessariamente valor à empresa. São o tipo de processos que tanto quanto possível têm que ser automatizados. É aqui que nós entramos. Estamos a fazer uma plataforma que permite fazer a automatização desse tipo de processos de uma forma muito, muito rápida e muito automática”, garante. Uma automatização ‘inteligente’ com o recurso da IA.

(notícia atualizada às 15h26, corrige local da sede da startup nos EUA)

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