TAP tem 490 milhões em créditos fiscais para ajudar lucros

Os chamados ativos por impostos diferidos já ajudaram aos lucros da companhia aérea em 2022 e 2023. A expetativa é que continuem a beneficiar as contas na próxima década.

A TAP já tem perto de 490 milhões de euros em prejuízos passados que poderá deduzir em encargos fiscais futuros. Uma soma que valoriza a companhia e irá beneficiar o futuro acionista que entrar com a privatização.

O relatório e contas do primeiro semestre da transportadora aérea contabiliza 487,1 milhões de euros em ativos por impostos diferidos no final de junho, mais 39,7 milhões do que na mesma altura do ano passado. O aumento maior verificou-se no segundo semestre de 2023, quando o montante saltou para 486,3 milhões.

Aquele montante poderá ser usado pela TAP para abater a impostos sobre o rendimento que venha a ter de pagar, resultando numa melhoria das contas. Foi o que aconteceu em 2022, quando os lucros de 65,6 milhões beneficiaram de 23,6 milhões de euros em créditos fiscais. E novamente em 2023, quando o impacto positivo na fatura do imposto foi de 27,18 milhões, ajudando a elevar os lucros para 177,26 milhões.

Tal como as restantes empresas, a companhia beneficia da alteração introduzida com o Orçamento do Estado para 2023, que colocou um fim ao limite temporal para o reporte de prejuízos fiscais, ainda que reduzindo o limite anual da dedução ao lucro tributável de 70% para 65%.

A transportadora aérea afirma no relatório e contas que “é expetável a recuperação dos ativos por impostos diferidos registados em 30 de junho de 2024 num período entre 10 e 12 anos, atendendo a diferentes cenários de sensibilidade”.

Ou seja, os créditos fiscais vão beneficiar as contas da empresa, pelo menos, durante a próxima década (desde que tenha imposto sobre o rendimento a pagar ao Fisco) e quem estiver na estrutura acionista. Sendo um ativo, valoriza a TAP na privatização que poderá ser relançada ainda este ano, após a entrega e discussão do Orçamento do Estado.

A maior fatia dos ativos por impostos diferidos contabilizados a 30 de junho resulta de perdas de imparidade, que se cifravam em 237 milhões de euros, seguindo-se 144,6 milhões em prejuízos fiscais reportáveis e 54,2 milhões em responsabilidades com benefícios pós-emprego.

A TAP fechou primeiro semestre com um lucro de 400 mil euros, menos 22,6 milhões que no período homólogo anterior.

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