TAP volta a adiar entrega de aviões pela Airbus

A companhia aérea renegociou com a fabricante europeu as datas de entrega de dois Airbus A320. Últimas aeronaves só chegam em 2028.

A TAP voltou a acordar com a Airbus o diferimento na entrega de aeronaves, à semelhança do que vem acontecendo nos últimos anos. A entrega de dois aviões A330 NEO foi adiada para o terceiro e quarto trimestre de 2026, segundo o relatório e contas do primeiro semestre.

A chegada das duas aeronaves A330 estava prevista para o último trimestre de 2025 e para o segundo trimestre de 2026, mas foram “novamente objeto de replaneamento, tendo sido a entrega de ambas diferida para o terceiro e quarto trimestres de 2026”, indica a TAP.

A companhia aérea já tinha procedido também ao adiamento da entrega de cerca de 20 aeronaves da família A320 NEO durante o período da pandemia. No ano passado, foi feita nova adenda ao contrato de aquisição com o replaneamento de um total de 20 aeronaves, “estando previstas as datas de entrega de todas as aeronaves até 2028”. Foi ainda feito um ajuste à encomenda, com a troca de um A321 Long Range por um A320 NEO.

Os dois contratos relativos à aquisição de 53 aeronaves das famílias Airbus foram negociados e assinados pela Airbus com a DGN Corporation, de David Neeleman. No âmbito deste acordo, a Airbus entregou 226,75 milhões de dólares (202,5 milhões de euros) à empresa do empresário brasileiro, que este usou para capitalizar a TAP através da Atlantic Gateway, o antigo acionista privado da companhia aérea portuguesa.

Um negócio que esteve sob escrutínio na Comissão Parlamentar de Inquérito realizada o ano passado e foi analisado na recém-divulgada auditoria da Inspeção-Geral de Finanças (IGF), que concluiu que, na prática, a capitalização da TAP acabou por ser paga pela própria companhia através do pagamento dos aviões à Airbus.

A IGF considerou que “as prestações suplementares de capital efetuadas pela Atlantic Gateway à TAP SGPS resultaram de fundos da Airbus que a própria TAP SGPS, através dos contratos celebrados posteriormente com aquela empresa, se comprometeu a pagar, não decorrendo, por isso, diretamente da acionista Atlantic Gateway, mas sim de um terceiro com interesses diretos nos negócios da empresa e através de fundos que posteriormente viria a recuperar mediante pagamentos a que a TAP SA se vinculou contratualmente (efetuados por via da aquisição das aeronaves ou decorrentes de penalizações por eventuais incumprimentos)“.

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