Gamalife é a seguradora com mais lucros, BBVA a mais rentável
As seguradoras baseadas em Portugal obtiveram 738 milhões de euros de lucro líquido em 2023, revelam dados da entidade supervisora. Veja o ranking de rentabilidade das 62 companhias.
As seguradoras que operam em Portugal tiveram uma descida de lucros no ano passado, em relação ao ano anterior. Ainda assim, as seguradoras com base em Portugal, mesmo pertencentes a capital estrangeiro, totalizaram 646 milhões de euros de resultados líquidos, a que se juntaram os lucros das sucursais de seguradoras europeias para uma soma de 738 milhões de euros.
Esses lucros distribuíram-se pelas 62 companhias analisadas pela ASF, entidade reguladora do setor, que esta segunda-feira divulgou os primeiros números da atividade de cada uma das seguradoras que atuaram em Portugal em 2023. Num primeiro registo, apenas cinco deram prejuízos e de pouca expressão, dado terem pouca atividade em Portugal ou estarem em fase de investimento, como é o caso da Asisa Seguros.
Outras quatro empresas não são passíveis de análise dada a singularidade da sua atividade: Hiscox, representada pela Innovarisk, Inter Partner do grupo AXA, CPR do grupo Fidelidade e Prévoir — esta última uma empresa independente com tradição e atividade significativa em seguros de Vida.
Em valor absoluto, a empresa com maior lucro registado em 2023 foi a GamaLife, seguradora Vida que distribui através do Novobanco e com sucursal em Itália. A Fidelidade atingiu 83 milhões de euros de lucro na atividade de seguros em Portugal, embora tenha obtido mais 100 milhões de resultados com o seu negócio no estrangeiro, não refletidos nesta análise.
Em volume financeiro, as seguradoras mais lucrativas são as que exploram o ramo Vida, com a intromissão de mistas como a Generali Tranquilidade e a Allianz. As companhias Vida, que ao mesmo tempo são as que exigem maior imobilização de capital por parte dos seus acionistas, ocupam as primeiras posições do ranking.
Entre as companhias que só operam em seguros Não Vida, o destaque vai para Liberty, Ageas Seguros e Zurich, no topo dos maiores lucros.
BBVA Seguros é a mais rentável
Face à indisponibilidade de indicação do valor dos capitais próprios de cada companhia, o ECOseguros optou por calcular – nesta fase – a rentabilidade dos negócios das seguradoras comparando resultados líquidos de 2023 com a atividade comercial.
A primeira opção foi utilizar um rácio clássico, comparativo de resultados líquidos com a adição de prémios brutos emitidos e resseguro aceite, em ambiente antigo onde vigoravam as normas IFR4. Nesta ótica, a BBVA Seguros foi a mais lucrativa, seguida da seguradora de saúde Planicare, da seguradora de caução Azuaga/Abarca, a GamaLife e a Aegon Santander Vida.
Uma outra versão de ranking é nova, já em ambiente IFRS 17, em que se procura a proporção dos mesmos resultados líquidos em relação ao total de Réditos de Contratos de Seguro, um novo conceito.
As diferenças entre os resultados dos rácios em IFRS 4 e IFRS 17 são visíveis nas companhias de seguros de Vida que já os utilizam ativamente e as de companhias Não Vida que ainda utilizam as novas normas de forma mais simples.
De forma simples, os prémios brutos emitidos refletem a receita total projetada de contratos emitidos, enquanto os réditos de contratos de seguros representam a parte dos prémios que já foi reconhecida como receita durante o período de cobertura dos riscos.
De outra forma, o conceito de Rédito de contratos de seguro está alinhado com o princípio da contabilidade de competência, que reconhece receitas e despesas à medida que os serviços são prestados, e não no momento em que o prémio é emitido.
Por esta perspetiva, e dado que ECOseguros não incluiu Resseguro aceite no ranking IFRS 17, o interesse está em comparar as diferenças de lucratividade entre IFRS4 e IFRS17 para uma mesma companhia.
Veja aqui as mais lucrativas:
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