Owen Purcell: “O WannaCry espalhou-se como um fogo”
Owen Purcell, da EY, disse na conferência de Cibersegurança do ECO que o vírus WannaCry "espalhou-se como um fogo" por todo o mundo desde que o ataque começou.
O líder da unidade de cibersegurança da consultora EY para a região EMEIA disse na conferência do ECO sobre o tema que o vírus WannaCry, que afetou o país em meados de maio, se “espalhou literalmente como se fosse um fogo”. “Muitos dos sistemas afetados foram sistemas públicos”, ligados a serviços essenciais.
Owen Purcell, que o ECO já entrevistou aqui, soma mais de duas décadas de experiência na área da gestão de risco e referiu que a consultora EY “prevê um número crescente de ataques de ransomware” nos próximos anos, mas recomenda que os resgates dos dados “não sejam pagos”, de forma a evitar dar incentivos à proliferação da atividade. “Grupos organizados fornecem este serviço”, acrescentou.
Definiu três fases nas quais um atacante, ou um grupo de atacantes, se pode incluir. Vão de um mero hacker pouco sofisticado para um já sofisticado, passando à fase da espionagem industrial e terminando no extremo da espionagem estatal, promovida por altos responsáveis de alguns países. E acrescentou: “Na era da cloud, um vírus entra na sua cloud e começa a minar bitcoins sem você saber. Significa que está a gastar a sua capacidade de processamento e, quando dá conta, já foi exportado para outro sistema.”
O especialista recomendou às empresas que definam “o que precisa de ser protegido”, que é o que “não querem ver a circular na rede”. E sublinhou que é preciso ver o panorama geral, ao invés de se olhar apenas para as operações da empresa: “Num mundo crescentemente conectado, é preciso olhar para todo o perímetro em torno das operações da empresa, embora haja tendência para olharmos só para a nossa pequena parte.” Contas feitas, uma parte que infete outra pode, no final, infetar-nos também a nós.
Owen Purcell definiu ainda os problemas que um ataque informático pode provocar a uma empresa, nomeadamente “riscos para o negócio, impacto financeiro, danos na reputação e perda potencial de informação crítica”. Basta um ataque vir a público para haver “menos probabilidades de os clientes voltarem”, concluiu o especialista da EY.
Veja ou reveja a Conferência:
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