Escassez de mão-de-obra. Mais de 90% dos empresários da zona euro diz que está mais difícil contratar
Maioria dos empresários na zona euro consideram que recrutar trabalhadores se tornou mais difícil do que há cinco a dez anos, principalmente com competências exigidas, de acordo com inquérito do BCE.
Nove em cada dez empresários da zona euro consideram que o recrutamento se tornou mais desafiante dos últimos anos, apontando para uma escassez de trabalhadores com as competências exigidas. As conclusões resultam de um inquérito lançado pelo Banco Central Europeu, cujas conclusões de análise foram divulgadas esta quarta-feira.
O inquérito na génese do artigo assinado pelos economistas Agostino Consolo, Guzman Gonzalez-Torres Fernandez, Richard Morris and Christofer Schroeder revela que mais de 90% dos empresários concordaram ou concordaram totalmente com a afirmação de que recrutar trabalhadores se tornou mais difícil do que há cinco a dez anos.
Destes, 90% concordaram que havia uma escassez de candidatos com as competências exigidas, sugerindo escassez de mão-de-obra qualificada. Segundo os autores do artigo intitulado “Findings from a survey of leading firms on labour market trends and the adoption of generative AI”, esta percentagem indica que existe “escassez de mão-de-obra qualificada”. Já ligeiramente menos de 50% afirmou que havia uma escassez geral de candidatos, independentemente das competências necessárias.
Entre as empresas que registaram uma escassez geral de candidatos, a maioria eram ativas em indústrias de serviços com utilização intensiva de mão-de-obra ou com produção significativa na Alemanha.
No que diz respeito aos fatores de procura, os autores destacam que “cerca de dois terços concordaram que as mudanças nas competências solicitadas levaram a maiores dificuldades de contratação, enquanto quase 60% afirmaram os impostos sobre os salários tornaram mais difícil atrair trabalhadores com as competências necessárias“.
Os autores indicam que ainda que pouco mais de um terço dos inquiridos concordou que as suas empresas estavam mais inclinadas a reter funcionários quando as condições empresariais se deterioravam, com quase todos a associarem isto à dificuldade prevista de recrutamento quando as condições melhoraram.
Entre os inquiridos que concordaram que o número de horas de trabalho por trabalhador diminuiu, 80% considerou que o horário de trabalho diminuiu disseram que isso se devia (pelo menos em parte) ao facto de os trabalhadores preferirem trabalhar menos, e dois terços consideraram um aumento nas faltas ao trabalho como um fator. Em contrapartida, apenas um terço disse que refletia as preferências da empresa (enquanto mais de metade discordou, incluindo um terço que discordou veementemente).
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