Tensão no Médio Oriente leva petróleo a escalar mais de 3%

As cotações da matéria-prima continuam a reagir aos receios de uma escalada do conflito no Médio Oriente, que poderá causar uma disrupção na oferta de petróleo.

Os preços do petróleo têm vindo a intensificar os ganhos ao longo da manhã e seguem a valorizar mais de 3% nos mercados internacionais, a prolongarem as subidas da última sessão, com os investidores a recearem que a escalada das tensões no Médio Oriente cause uma disrupção na oferta da matéria-prima.

O Brent, negociado em Londres, segue a subir 2,84% para 75,66 dólares por barril, enquanto o West Texas Intermediate (WTI) sobe 3,14% para 72,02 dólares por barril. Na última sessão, a matéria-prima chegou a escalar mais de 5%, a reagir à resposta do Irão, com o lançamento de vários mísseis sobre Israel, aos ataques de Telavive ao Hezbollah.

Já depois dos ataques de ontem, esta quarta-feira, Teerão disse que a ofensiva tinha terminado, afastando uma escalada do conflito. No entanto, Israel e os Estados Unidos prometeram uma retaliação contra as ações do Teerão, aumentando os receios de uma guerra aberta na região.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas agendou para esta quarta-feira uma reunião para discutir a situação no Médio Oriente e a União Europeia apelou a um cessar-fogo imediato.

O envolvimento direto do Irão, um dos membros mais importantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e um dos principais produtores, no conflito poderá levar a uma disrupção na oferta de petróleo, avisam os analistas.

“O Irão é responsável por cerca de 4% da produção global de petróleo, mas uma consideração importante será se a Arábia Saudita aumentará a produção no caso de o abastecimento iraniano ser interrompido”, alerta uma nota do Capital Economics.

A guerra no Médio Oriente entrou numa nova fase na terça-feira, após o Irão ter anunciado o lançamento de mísseis contra Israel, que prometeu que o ataque terá consequências. A escalada do conflito tem sido apontada como um risco pelas instituições económicas nacionais e internacionais, que alertam para o impacto na atividade económica e nas cadeias de abastecimento.

A repercussão no preço do barril do ouro negro é precisamente um dos principais riscos identificados por instituições como o Conselho das Finanças Públicas (CFP), mas não só. O impacto nas cadeias de abastecimento também é destacado.

No relatório de atualizações macroeconómicas, divulgado em setembro, a instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral assinalava que “a confluência de múltiplos conflitos armados desestabilizadores” atribuía incerteza acrescida às previsões de um crescimento da economia portuguesa, num cenário de políticas invariantes, de 2,3% este ano e de 1,8% no próximo.

Em declarações ao Jornal Económico, a secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, garantiu que Portugal tem “reservas para três semanas em gás natural e mais de três meses em combustíveis”. “Neste aspeto, os portugueses podem ficar tranquilos”, completou a governante, citando dados da Entidade Nacional para o Sector Energético (ENSE).

(Notícia atualizada com cotações da matéria-prima às 12h58)

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