Aumento do custo de vida incentivou 60% dos portugueses a votar nas eleições europeias
Ainda que a maioria tenha escolhido o aumento do custo de vida como principal motivo para votar, a mobilização dos eleitores a nível nacional continuou muito abaixo da média europeia.
O aumento dos preços e do custo de vida foi o principal motivo que encorajou a maioria dos portugueses a ir às urnas nas eleições europeias, em junho, superando a média europeia.
De acordo com o mais recente Eurobarómetro, divulgado esta quinta-feira, 59% dos portugueses elegeu o tema como a principal motivo para ter ido às urnas votar nas últimas eleições europeias. Um resultado que superou a média europeia (42%).
O aumento dos preços encabeça a lista de prioridade em 12 Estados-Membros e a situação económica em cinco deles.
Nas eleições que decorreram em junho e que deram a vitória ao PS a nível nacional, mas à família política europeia do PSD e do CDS, o PPE, a nível europeu, a participação portuguesa continuou abaixo da média europeia. Foi a sétima mais baixa entre os 27 Estados-membros.
Segundo o Eurobarómetro, apenas 37% dos eleitores registados a nível nacional foram às urnas, ainda que 51% considere que votar seja um dever enquanto cidadão. Já a nível europeu, o valor manteve-se face às últimas eleições, em 2019: 51%. O país que mais eleitores conseguiu mobilizar foi a Bélgica (89%) enquanto a Hungria conseguiu captar apenas 21% dos eleitores.
Ainda que a taxa da abstenção em Portugal continue a ser das mais altas a nível europeu, são os portugueses que têm a melhor perceção do Parlamento Europeu. Segundo os resultados, 75% dos inquiridos encara a instituição em Estrasburgo com bons olhos, superando a média europeia que atingiu o valor mais alto de sempre: 42%. É por isso que 62% dos portugueses defende que o Parlamento Europeu deve ter um papel mais importante, um valor que volta novamente a ficar mais alto do que a média na UE (43%).
Igualmente acima da média do bloco europeu estão os resultados portugueses sobre a imagem que têm da União Europeia. Por cá, 62% dos inquiridos dá uma nota positiva aos 27 Estados-membros enquanto União. Por seu turno, só 42% da média do bloco partilha da mesma opinião.
Ainda assim, o Eurobarómetro revela que os dois indicadores que medem a confiança dos cidadãos melhoraram desde o último inquérito. O otimismo do bloco quanto ao futuro da UE aumentou quatro pontos percentuais (p.p) para 65%, dos quais 7% (-1 p.p.) diz estar “muito otimista”. Por cá, 77% dos inquiridos diz-se otimista quanto ao futuro do bloco.
Além disso, a proporção de pessoas que pensam que o seu nível de vida vai piorar nos próximos cinco anos diminuiu tanto a nível europeu como a nível nacional. Em Portugal, 49% dos inquiridos (11 p.p) acredita que o seu nível de vida não se alterará nos próximos cinco anos — 15% até acredita que vai mesmo aumentar — e entre os 27 Estados-membros a mesma perceção é partilhada por 55% dos inquiridos (+6 p.p).
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