EUA gastam valor recorde em ajuda militar a Israel

  • Lusa
  • 16:03

Israel – um país protegido pelos EUA desde a sua fundação, em 1948 – é o maior beneficiário da ajuda militar na história dos EUA.

Os Estados Unidos gastaram um valor recorde de pelo menos 17,9 mil milhões de dólares (cerca de 16 mil milhões de euros) em ajuda militar a Israel desde o início da guerra em Gaza, segundo um relatório divulgado esta segunda-feira.

De acordo com um relatório do projeto “Custos da Guerra”, da Universidade de Brown, nos EUA, mais 4,86 mil milhões de dólares (cerca de 4,4 mil milhões de euros) foram investidos em operações militares norte-americanas na região, desde os ataques do grupo extremista palestiniano Hamas em território israelita em 7 de outubro de 2023 e que desencadearam a guerra no enclave da Faixa de Gaza.

Os valores apresentados no documento, lançado por ocasião do primeiro aniversário do ataque do Hamas, incluem os custos de uma campanha liderada pela Marinha norte-americana para reprimir os ataques a navios comerciais por parte dos rebeldes xiitas huthis do Iémen (apoiados pelo Irão), em solidariedade com o seu aliado Hamas.

O relatório – concluído antes de Israel abrir uma segunda frente de conflito contra os militantes do Hezbollah apoiados pelo Irão no Líbano, no final de setembro – constitui um dos primeiros cálculos dos custos norte-americanos estimados, num momento em que a administração liderada pelo Presidente Joe Biden mantém o apoio a Israel, um aliado histórico, nos conflitos em Gaza e no Líbano e procura conter as hostilidades levadas a cabo pelos grupos armados aliados do regime iraniano na região.

Israel – um país protegido pelos EUA desde a sua fundação, em 1948 – é o maior beneficiário da ajuda militar na história dos EUA, recebendo 251,2 mil milhões de dólares (cerca de 228 mil milhões de euros), ajustados à inflação, desde 1959, segundo referiu o mesmo relatório. Ainda assim, os 17,9 mil milhões de dólares (cerca de 16 mil milhões de euros) gastos desde 07 de outubro de 2023, ajustados à inflação, são de longe a maior ajuda militar enviada para Israel num ano.

Os EUA comprometeram-se a fornecer milhares de milhões de dólares em assistência militar a Israel e ao Egito todos os anos quando assinaram o seu tratado de paz mediado pelos EUA em 1979, bem como um acordo desde que o ex-presidente Barack Obama fixou o montante anual para Israel em 3,8 mil milhões de dólares (cerca de 3,46 mil milhões de euros) até 2028.

A ajuda dos EUA desde o início da guerra em Gaza inclui financiamento militar, vendas de armas e equipamento em segunda mão. Grande parte das armas entregues pelos EUA no ano foram munições, desde projéteis de artilharia a destruidores de bunkers e bombas guiadas de precisão.

As despesas variam entre quatro mil milhões de dólares (cerca de 3,64 mil milhões de euros) para reabastecer os sistemas de defesa antimíssil “Cúpula de Ferro” e “Funda de David” de Israel, até dinheiro para a aquisição de espingardas e combustível de aviação, especificou o documento.

Ao contrário da ajuda militar publicamente documentada de Washington à Ucrânia, foi impossível obter todos os detalhes dos itens e montantes que os EUA enviaram para Israel desde 07 de outubro passado, pelo que os números no relatório citado pela agência norte-americana AP representam um valor parcial, explicaram os investigadores, que se queixam de “esforços do Governo Biden para ocultar todos os montantes de ajuda e tipos de sistemas através de manobras burocráticas”.

O financiamento para o principal aliado dos EUA durante uma guerra que está a ter um grande impacto junto das populações civis da região está a dividir os norte-americanos durante a campanha para as eleições presidenciais de novembro. O apoio a Israel há muito que tem peso na política dos EUA, e Joe Biden reconheceu o esforço norte-americano, numa mensagem divulgada na sexta-feira.

Nenhum Governo ajudou Israel mais do que eu”, disse Biden. O Governo norte-americano reforçou o seu poderio militar na região desde o início da guerra em Gaza, com o objetivo de dissuadir e responder a quaisquer ataques às forças israelitas.

Os EUA tinham 34 mil soldados no Médio Oriente no dia em que o Hamas atacou o sul de Israel, a 07 de outubro do ano passado, provocando cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns. Este número subiu para cerca de 50 mil em agosto, quando dois porta-aviões norte-americanos estiveram na região, com o objetivo de desencorajar retaliações, depois de um ataque atribuído a Israel ter assassinado o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, no Irão.

O total de efetivos militares norte-americanos na região ronda agora os 43.000.

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