“Enorme pressão imobiliária” leva Leya a fechar livrarias no Porto, Aveiro e Viseu
Diretor-geral de edições no grupo Leya justificou o fecho destas livrarias com a “enorme pressão imobiliária”, que “não deixou grande margem” ao grupo editorial outra alternativa.
A Leya vai fechar as suas livrarias no Porto, em Aveiro e Viseu até janeiro do próximo ano, porque as novas propostas de arrendamento não lhe permitem manter um negócio que nem sequer é o centro da sua atividade.
A explicação foi dada à agência Lusa pelo diretor-geral de edições no grupo Leya, e presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), Pedro Sobral, que justificou o fecho destas livrarias com a “enorme pressão imobiliária”, que “não deixou grande margem” ao grupo editorial para outra alternativa que não a de sair desse negócio.
“As três fecham, porque nas três seria preciso, basicamente, fazer um novo contrato de arrendamento e as condições que estavam a ser colocadas em cima da mesa não eram as mais favoráveis para o negócio do livro, ainda mais – e esta segunda parte é muito importante -, quando isso não é o negócio principal da Leya”, afirmou. A Leya é um editor que há anos, quando adquiriu a Oficina do Livro, adquiriu parte do retalho, lembrou.
“A Oficina do Livro, antes de entrar na Leya, tinha livrarias, nós herdámos isso, depois também numa parceria com a Coimbra [Editora], em tempos idos, acabámos por ter ali mais uma ou duas unidades, nomeadamente a Buchholz [em Lisboa] que se mantém e, essa sim, com bastante vigor dentro da Leya”.
Segundo o responsável, mais do que uma livraria, a Buchholz é “uma sala de estar”, um local onde a Leya tem possibilidade de ter os seus autores, de fazer apresentações, clubes de leitura e uma série de outras ações que necessitam de um espaço como a livraria. “Tudo o resto, não sendo propriamente da área de edição e tendo um bocadinho aqui esta pressão dos custos mais altos imobiliários, decidimos que era altura de sair do negócio, que claramente não é o nosso”, acrescentou.
No caso da livraria de Ponta Delgada, não é exclusivamente da Leya, mas sim uma parceria, razão por que se vai manter em funcionamento. Quanto à do Funchal, vai continuar “como aquilo que já era, um ponto de apoio ao professor, essencialmente um ponto de apoio àquilo que é nossa divisão escolar”, esclareceu, recordando que já há muito que não é uma livraria de edições gerais.
“Portanto, aproveitámos aqui agora esta altura, em que havia contratos para renovar com propostas que nos foram colocadas, que claramente não nos permitiam continuar o negócio que, não sendo o centro, tivemos, obviamente, de deixar”, reforçou, adiantando que os atuais contratos com as três livrarias da Leya totalmente dedicadas ao retalho do livro cessam entre final de dezembro (a do Porto e a de Aveiro) e janeiro (a de Viseu).
As livrarias em causa são a Latina, no Porto, a Pretexto, em Viseu, e a livraria do Centro Comercial Glicínias, em Aveiro. Em Lisboa, a única livraria do grupo editorial é a Buchholz.
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