Orçamento em França prevê mais 60 mil milhões em impostos e cortes na despesa
Para "tapar buraco" nas contas públicas, Michel Barnier vai aumentar impostos às empresas que faturam mais de mil milhões de euros por ano e aos cidadãos que ganham mais de 500.000 euros anuais.
Não é só o Governo português que vai apresentar o Orçamento do Estado esta quinta-feira. Também em França o dia vai ficar marcado pela apresentação do projeto de lei das Finanças para 2025, que será o primeiro orçamento do novo primeiro-ministro francês, o conservador Michel Barnier.
O orçamento francês tem um plano de cerca de 60 mil milhões de euros de aumento de impostos e cortes nas despesas para fazer face ao défice orçamental. O governo adiantou já que a proposta irá reduzir o défice público para 5% do Produto Interno Bruto no próximo ano, contra os 6,1% deste ano.
O chefe de governo francês já confirmou que vão ser aumentados os impostos sobre as grandes empresas, com um volume de negócios anual superior a mil milhões de euros, e os cidadãos mais ricos, que ganham mais de 500.000 euros por ano. O objetivo é “tapar o buraco” nas contas públicas do país.
Estima-se que cerca de 300 empresas sejam afetadas. Já no que concerne aos indivíduos mais ricos, a medida prevê com um contributo de cerca de dois mil milhões de euros para os cofres do estado francês. A previsão de Michel Barnier é que o aumento dos impostos dure um ou dois anos.
O orçamento apresentado esta quinta-feira deverá também conter mais detalhes sobre os planos para gerir da melhor forma as finanças públicas do país e aumentar a confiança dos investidores.
O défice francês tem sido um problema, tendo a Comissão Europeia aberto, no final de julho, um Procedimento por Défice Excessivo, após Paris ter superado os 5,5% de défice. E a tendência será continuar a subir, a menos que haja cortes ou aumentos de impostos, o que vai conduzir a um maior escrutínio sobre este orçamento.
Na semana passada, o primeiro-ministro francês mostrou-se preocupado com as dívidas “colossais” e em espiral, que são uma “espada de Dâmocles” que paira sobre as finanças da segunda maior economia da União Europeia.
Apesar do “aperto” orçamental, o orçamento francês terá de ser elaborado com “pinças” do ponto de vista político. É que, depois de apresentado, terá de ser aprovado pelo novo parlamento em que, tal como o português, não existe maioria parlamentar. Sem maioria, a expectativa é que Barnier terá de aceitar várias propostas da oposição para que o orçamento tenha “luz verde”.
Esta semana, o Governo do primeiro-ministro conservador francês, Michel Barnier, superou a sua primeira moção de censura, apresentada pela coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP), graças à abstenção dos deputados da extrema-direita União Nacional (RN).
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