A prevenção em vez da doença

Esta transição da doença e da cura representará uma evolução que será gradual, mas deverá ser sustentada para uma sociedade desenvolvida.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) há três tipos de prevenção quando se fala de saúde.

A prevenção primária que consiste no conjunto de medidas destinadas a eliminar ou a reduzir a incidência da doença, a prevenção secundária que engloba todos os actos médicos destinados a evitar o desenvolvimento de uma doença e a prevenção terciária que abrange os actos médicos destinados a reduzirem as complicações de uma doença.

Este enunciado é verdadeiramente abrangente, abrangendo praticamente tudo o que à medicina respeita. Mas, devemos também referir acções que, fora do campo médico, visam reduzir o aparecimento de doenças ou a verificação de acidentes.

São, pois, domínios diversos em que este termo pode ser utilizado, desde a educação para a saúde, a vacinação obrigatória ou a despistagem de doenças até à luta contra a poluição atmosférica, a interdição de produtos fitossanitários ou a obrigatoriedade do cinto de segurança pelos automobilistas.

Optar pela prevenção é hoje tarefa múltipla e urgente dos países, dos seus governos e deverá também ser uma opção e uma exigência dos cidadãos.

Vale mais prevenir do que curar, pelo que desde criança se deve evitar, por exemplo, ser obeso para se evitarem doenças invalidantes e mais tarde evitar o tabagismo, o álcool ou as drogas.

É, pois, necessária informação e educação, a adopção de um estilo de vida, desde pequeno, com prática do exercício físico, o qual deve ser mantido toda a vida, aliado a uma existência saudável na alimentação, com controle do sal e do açúcar e sem consumo de tabaco, álcool ou drogas.

No que respeita aos governos dos países, são estes que têm a competência de legislar, recomendar e actuar no campo da prevenção.

Claro que, sobretudo através dos serviços de Saúde, mas igualmente pelas implicações com outras áreas, através dos serviços da Economia, do Ambiente, dos Desportos ou até do Interior.

Todas estas áreas são necessárias para chegar ao fim que se pretende :prevenir antes de curar.

Prevenir aliviará ainda os hospitais, as clínicas e os serviços de urgência, pois muitas doenças serão despistadas antecipadamente através do acompanhamento médico, o qual hoje em dia já pode ser feito presencialmente ou por teleconsulta.

Quanto aos custos relacionados com a saúde, ainda não há consenso sobre se aqueles poderão efectivamente vir a diminuir com uma acção conjunta e empenhada na prevenção, mas decerto que adoptando-a durante um período longo será possível vir a avaliar devidamente esses custos, utilizando técnicas de análise custo-benefício e, assim, obter uma resposta correcta a esta questão.

Na nossa sociedade, fala-se mais de doença do que de saúde.

Mesmo quando se fala do seguro que uma empresa oferece aos seus trabalhadores ou uma família subscreve para o seu agregado familiar, refere-se tanta vez o seguro como de doença e não como de saúde.

É preciso corrigir esta visão, desenvolvendo sustentadamente a prevenção pelo que o Sistema de Saúde, nas suas várias componentes, deverá investir cada vez mais nesta via.

Sistema de Saúde que abarca o SNS, a medicina privada e o o sector social.

Esta transição da doença e da cura, ainda hoje tão presente na nossa sociedade para a prevenção da doença, representará uma evolução que será gradual, mas deverá ser sustentada para uma sociedade desenvolvida, instruída e consciente do papel da saúde e como a devemos preservar.

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