TAP reduz capital e vai emitir até 400 milhões em obrigações este ano

Operação vai reduzir capital em 666,4 milhões. Estado já não fará novo aumento de capital, mas entra com prestações acessórias. Impacto orçamental é neutro.

O Governo aprovou uma redução de capital da TAP, no montante de 666,4 milhões de euros, com o objetivo de criar as condições jurídicas para permitir que a companhia aérea vá ao mercado ainda este ano. Financiamento autorizado vai até aos 400 milhões de euros.

A Direção-Geral do Tesouro e Finanças, enquanto acionista única da TAP, aprovou “uma redução do capital social da TAP dos atuais €980.000.000 para €313.600.000 através da redução do valor nominal das ações dos atuais €5 por ação para €1,60”, informa a companhia aérea num comunicado aos investidores, divulgado esta terça-feira.

Parte da redução – 323,4 milhões de euros – destina-se à absorção de prejuízos passados, algo que a TAP fez repetidamente nos últimos anos. A outra, no montante de 343 milhões de euros, muda a forma como o Estado fará a derradeira injeção de capital na transportadora aérea, prevista para o final do ano.

A obrigação do Estado de colocar aquele montante através de um aumento de capital (subscrito em 27 de dezembro de 2022) é extinta, “em contrapartida da assunção da obrigação, pela mesma República Portuguesa, de, até ao dia 18 de dezembro de 2024, proceder ao pagamento de igual montante a título de prestações acessórias sujeitas ao regime das prestações suplementares de capital, no âmbito da operação de reforço do capital prevista anteriormente e sem que daí resulte qualquer responsabilidade adicional para o Estado”, diz o comunidado.

Do ponto de vista orçamental, esta alteração é neutra para o Estado, uma vez que os 343 milhões serão à mesma colocados na TAP. A diferença é que entra na forma de prestações acessórias, que embora sendo consideradas como capital no balanço, têm um estatuto próprio, que admite a sua devolução aos acionistas.

Na mesma missiva aos investidores, a TAP esclarece que a operação de redução de capital tem “o intuito de viabilizar o acesso aos mercados de capitais pela TAP e para esta poder proceder a uma emissão de obrigações ainda durante o exercício de 2024“.

O anúncio de emissão de obrigações, no montante de 400 milhões de euros, comunicado hoje pela TAP, demonstra que a Empresa está pronta para voltar aos mercados e refinanciar-se, por forma a fazer face a um pagamento de uma obrigação devida no início de dezembro.

Ministério das Finanças

A TAP arrancou no verão com os preparativos para realizar uma emissão de obrigações até ao final do ano, estando em diálogo com o Governo e a consultar os bancos de investimento, como avançou o ECO. Operação permitirá refinanciar uma linha de 375 milhões de euros que chega à maturidade em dezembro.

“O anúncio de emissão de obrigações, no montante de 400 milhões de euros, comunicado hoje pela TAP, demonstra que a Empresa está pronta para voltar aos mercados e refinanciar-se, por forma a fazer face a um pagamento de uma obrigação devida no início de dezembro”, salienta o Ministério das Finanças em nota enviada ao ECO.

“Esta operação permitirá à TAP cumprir um dos objetivos do seu plano de reestruturação um ano antes do previsto, já em 2024, quando a expectativa inicial seria realizar-se apenas em 2025”, acrescenta. As Finanças garantem que o ajustamento nos capitais próprios da companhia não põe em “causa a solidez dos mesmos nem resulta em “qualquer responsabilidade adicional para o Estado”.

(Notícia atualizada às 18h58 com nota do Ministério das Finanças)

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