Greves e cancelamento de voos baixam lucro da Lufthansa em 8% no terceiro trimestre
Receitas recorde não impediram "deterioração significativa dos resultados". Aumento dos custos, em particular devido a greves, e pressão sobre o preço das passagens aéreas, condicionaram contas.
A Lufthansa registou uma quebra de 8% nos lucros do terceiro trimestre face ao mesmo período do ano passado. No acumulado dos primeiros nove meses, a descida é de 48%, que a companhia explica com a descida dos preços, greves e custos com cancelamento de voos.
O grupo alemão registou um aumento de 5% nas receitas entre julho e setembro, para 10.738 milhões de euros, um novo recorde, naquele que é tipicamente o período de maior volume de negócios para as companhias aéreas. Foram transportados 40,31 milhões de passageiros, mais 6% do que no período homólogo.
O aumento de 6% nos custos operacionais contribuiu para que o resultado operacional ajustado registasse uma quebra de 9% para 1.340 milhões, levando a uma diminuição de 8% nos lucros para os 1.095 milhões.
O desempenho no terceiro trimestre reforçou a evolução negativa registada desde o início do ano, com os lucros dos primeiros nove meses a caírem 48% para os 830 milhões de euros.
“Apesar da expansão contínua da capacidade, o resultado líquido do Grupo Lufthansa deteriorou-se significativamente nos primeiros nove meses de 2024 em comparação com o ano anterior. O crescimento da capacidade no mercado intensificou a pressão sobre os preços para as companhias aéreas, especialmente no segundo trimestre de 2024, causando uma queda na rentabilidade, particularmente na Lufthansa Airlines”, afirma o grupo em comunicado.
“Além disso, uma série de greves de diferentes grupos de funcionários do Grupo Lufthansa e de funcionários de parceiros do sistema, no primeiro trimestre de 2024, bem como custos elevados devido a irregularidades nas operações de voo, particularmente no terceiro trimestre de 2024, tiveram um impacto negativo”, acrescenta.
A Lufthansa contabiliza em 450 milhões os custos devido às greves enquanto o cancelamento de voos devido ao conflito no Médio Oriente originou perdas entre 60 e 100 milhões de euros. O CEO, Carsten Spohr, apontou ainda o impacto negativo dos atrasos na entrega de aeronaves.
O grupo tem em curso um plano de restruturação até 2026, com um impacto de 1,5 mil milhões de euros, dos quais 35% através do aumento da receita e 65% da redução de custos.
As ações da Lufthansa seguiam a descer 2,3% na bolsa de Frankfurt, à hora de publicação deste artigo.
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