Fintechs nacionais já levantaram 1,16 mil milhões de euros
Este ano já nasceram mais 37% fintechs nacionais do que em 2023, que foi acompanhado por um crescimento de quase 2% do investimento acumulado, revela o "Portugal Fintech Report 2024".
O ecossistema fintech português atingiu um investimento acumulado de 1,16 mil milhões de euros este ano, com 85% das companhias a contar com investidores internacionais, segundo o “Portugal Fintech Report 2024”, conhecido esta terça-feira. Este ano nasceram mais fintechs, uma subida de 37% relativamente ao ano anterior.
“Desde o nosso primeiro relatório em 2017, o cenário do setor fintech evoluiu significativamente, não só pela disrupção tecnológica como em adoção do mercado. No entanto, os desafios dos longos ciclos de vendas e de escalar internacionalmente continuam a necessitar de atenção. A Inteligência Artificial continua a atrair investidores, sublinhando-se o facto de 71% dos fundadores indicarem o seu impacto positivo na eficiência e produtividade do setor”, diz Mariana Gorjão Henriques, membro da direção da Portugal Fintech, citada em comunicado.
Depois de em 2023 o ecossistema ter atingido um investimento acumulado de 1,14 mil milhões de euros, este ano esse valor sobe 1,8% para 1,16 mil milhões, com 11% das fintechs a serem criadas neste ano, uma recuperação face a 2023, ano de menor registo (3%).
Os números da Portugal Fintech revelam também que o peso dos investidores internacionais aumentou. “No ano passado, apenas 42% das empresas tinha investidores internacionais, mas este ano esse valor subiu para 85%, revelando um crescimento significativo no interesse global e apoio às fintechs portuguesas”, destaca o relatório.
Lisboa acolhe mais de metade das fintechs, mantendo-se com 60% do maior fintech hub para as empresas nacionais, seguido do Porto (16%) e Braga (5%). Fora de Portugal, destaque ainda para o Reino Unido que agrega cerca de 8% das fintechs nacionais.
Apesar do crescimento do investimento no ecossistema, a exigência de métricas de vendas e tração (41%), seguido pela capacidade de escalar internacionalmente (21%) e o país onde está sediado, devido a questões fiscais ou legislação laboral, por exemplo (13%), são os principais obstáculos listados pelos fundadores na hora de levantar capital.
“Dado o pequeno mercado de Portugal, é fundamental fortalecer as estratégias de go-to-market internacionais, com suporte em diplomacia económica e na diáspora para superar os longos ciclos de vendas, sobretudo no setor bancário, onde os processos de procurement podem ser demorados”, refere comunicado.
Ao nível de talento, as necessidades das fintechs mudaram substancialmente. Em 2024, a dificuldade em contratar talento na área tech diminuiu de 75% para 44%, enquanto os desafios de recrutamento em marketing e vendas aumentaram de 8% para 20%, “refletindo uma transição no ecossistema fintech de desenvolvimento de produto para vendas e expansão comercial.”
Quando se trata de colaboração com incumbentes, 28% das fintechs apontam a disparidade cultural como um obstáculo, e 67% referem que as parcerias demoram mais de um ano a serem fechadas. “Para acelerar este processo, é essencial melhorar o canal de interação e startups com incumbentes”, destaca o comunicado.
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