“Daremos início em 2025 à privatização da TAP”. Pinto Luz define linhas vermelhas para a venda da companhia
Miguel Pinto Luz afirmou no Parlamento que o futuro comprador terá de manter a marca da TAP e o centro operacional e a sede em Lisboa. Governo recebeu mais de uma dúzia de manifestações de interesse.
O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, afirmou esta quinta-feira no Parlamento que o Governo irá relançar em 2025 o processo de privatização da TAP. E elencou também as exigências que serão feitas aos interessados na companhia aérea portuguesa.
“Daremos início em 2025 ao processo de privatização da empresa“, afirmou o governante, que está a ser ouvido no âmbito da discussão do Orçamento do Estado na especialidade.
Miguel Pinto Luz traçou ainda as linhas vermelhas para a venda da companhia aérea. “Seja qual for o modelo, a marca TAP vai manter-se”, garantiu, tal como “as ligações estratégicas”, nomeadamente à diáspora. Disse também que o aeroporto de Lisboa continuará a ser “o centro operacional da TAP” e a sede terá de manter-se na capital.
As condições elencadas pelo ministro das Infraestruturas são semelhantes às que o Governo de António Costa tinha anunciado no processo que foi travado no final do ano passado pelo chumbo do Presidente da República ao decreto-lei de privatização, por não incluir aquelas garantias.
“Era o que faltava que marca desaparecesse, que a sede e o hub não ficasse em Lisboa e não fossem salvaguardadas as rotas da coesão e da diáspora”, reagiu João Torres, deputado do PS.
O ministro das Infraestruturas garantiu que aquelas linhas vermelhas constarão do decreto-lei do atual Governo. O objetivo do Governo é a “conclusão do processo de privatização em 2025”, acrescentou. “Pelos vistos, há um grande consenso em volta a privatização da TAP e em maximizar o retorno do dinheiro aos contribuintes”, disse ainda em resposta ao deputado do Chega, Filipe Melo.
Carlos Guimarães Pinto, da Iniciativa Liberal, pediu a Miguel Pinto Luz que indicasse cinco rotas estratégicas só servidas pela TAP. O ministro não respondeu diretamente, mas elencou: “No plano geopolítico e estratégico todas as ligações aos PALOPS. Economicamente estratégico é o Atlântico Sul e o crescimento dos destinos no Atlântico Norte. Estamos a analisar vários modelos que permitam ao Estado português cumprir esse objetivo estratégico, mesmo não estando na gestão“, disse.
O governante reconheceu que as rotas são operadas por outras companhias, mas que a visão do Governo “é diferente” da Iniciativa Liberal. “Não abdicamos de ter uma companhia de bandeira que permita, face a alguma alteração exógena no mercado continuarmos a operar” as rotas estratégicas.
Miguel Pinto Luz afirmou, após referir os encontros do Governo com interessados na companhia aérea portuguesa, que “a reputação da TAP hoje é sólida e tem vindo a reforçar-se”, apresentando “resultados iguais ou acima” das congéneres europeias.
Questionado sobre quem são os interessados, mencionou a IAG, a Air France – KLM e Lufthansa, cujas reuniões com o Governo “são públicas”. Referiu ainda “várias manifestações de interesse” de outras companhias e fundos. Foram “mais de uma dúzia de manifestações de interesse nacionais e internacionais, de dentro e fora da Europa”.
(notícia atualizada às 18h09)
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