Empresas portuguesas vão pagar mais 10% pelos seguros de saúde em 2025, antecipa Aon

A subida dos prémios em Portugal é superior à média europeia (8,9%) e face ao aumento da despesa, as empresas apostam em medidas de mitigação ligadas à prevenção e a planos de benefícios flexíveis.

As empresas portuguesas vão pagar em média mais 10% pelos seguros de saúde dos colaboradores em 2025 face ao ano anterior, mantendo a tendência de crescimento registada nos últimos anos, antecipa a Aon.

Deste modo, o estudo “2025 Global Medical Trend Rates Report” da Aon sugere que os custos com seguros de saúde para as empresas vão crescer acima da taxa de inflação. O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), indicador que mede a inflação, desacelere para 2,1% em 2025.

Ainda que a evolução dos prémios em Portugal se alinhe com o crescimento médio global (10%); registam um valor superior à média europeia (8,9%).

Envelhecimento e doenças oncológicas pressionam preços

O relatório indica que as doenças de foro oncológico lideram a principal causa para o aumento dos custos com seguros de saúde em todo o mundo e Portugal não é exceção. Seguem-se as patologias musculoesquelético, cardiovasculares, do foro da saúde mental e a diabetes.

Quanto aos fatores de risco, aqueles que mais contribuem para aumento dos preços em Portugal são o envelhecimento populacional, a ausência de rastreios clínicos antecipados, a genética, o aumento das doenças crónicas, como a hipertensão e o stress e a ausência da prática de atividade física.

João Dias, health solutions manager da Aon Portugal, assinala que as dificuldades de acesso ao SNS têm transferido custos para o setor privado da saúde.

O Health Solutions Manager da Aon Portugal, João Dias, faz uma análise geral das conclusões do estudo, apontando que também têm pesado nos preços dos seguros de saúde o aumento dos preços dos prestadores privados de cuidados de saúde e a transferência dos custos dos cuidados de saúde para o setor privado devido a constrangimentos no acesso aos Sistema Nacional de Saúde (SNS)

A própria evolução tecnológica na medicina com exames e tratamentos, que traz maior eficiências mas também mais custos, contribui para que “que os custos médicos cresçam acima da taxa de inflação geral das economias”, assinala.

João Dias refere ainda que “os impactos de longo prazo da pandemia de Covid-19 continuam a fazer-se sentir com a menor imunidade da população e novas infeções respiratórias e doenças a serem tratadas em estágios mais avançados”. Uma consequência “da falta de prevenção e diagnósticos, verificadas durante a pandemia”.

Estratégias para mitigar aumento da despesa

Em resposta à subida dos prémios, as empresas têm adotado estratégias para mitigar os impactos do aumento dos custos no seu balanço financeiro: apostam na prevenção e em planos de benefícios flexíveis.

“As iniciativas de prevenção e bem-estar estão a ganhar cada vez mais espaço no desenvolvimento de programas de assistência ao colaborador, nomeadamente check-ups regulares, programas de nutrição e gestão do stress, entre outras”, esclarece João Dias. Os “planos de benefícios flexíveis que as organizações estão a implementar são vistos como uma solução eficaz para controlar os custos e, ao mesmo tempo, oferecer pacotes de benefícios personalizados e mais adequados às necessidades específicas de cada colaborador”, acrescenta.

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