Web Summit “continua a fazer sentido” para Portugal, defende Siza Vieira
Numa altura em que a Europa procura reforçar a competitividade face aos EUA e a China, Pedro Siza Vieira defende que a Web Summit continua a ser relevante para Portugal para a atração de investimento
O ex-ministro da Economia Siza Vieira rejeita a noção de que a Web Summit tem vindo a perder a sua relevância, argumentando que a maior cimeira tecnológica que há nove anos escolheu Portugal como palco principal, “continua a fazer sentido” para o país, sobretudo em matéria de atração de investimento direto estrangeiro.
“Já nos habituamos à Web Summit”, afirmou o partner da PLMJ em declarações ao ECO, na Web Summit. “O que era uma novidade, excitação, hoje já nos habituámos a ela“, defende o antigo governante, acrescentando que o evento tem permitido colocar Portugal “no mapa” no que toca à economia digital.
Para Siza Vieira, o evento que aos olhos da imprensa internacional é considerado como a maior conferência tecnológica do mundo, não só não perdeu relevância como permitiu atrair grandes investimentos, como o hub de software da Volkswagen, em Lisboa ou os centros tecnológicos da BMW, inaugurados em Lisboa e no Porto. “Os respetivos responsáveis vieram a Portugal e perceberam que há talento e condições de investimento. Portugal continua a ser atrativo“, defendeu.
O economista acrescenta ainda que o evento ganha agora uma nova relevância numa altura de transição política nos Estados Unidos, conflitos geopolíticos e ainda de uma necessidade de a Europa reforçar a sua competitividade perante mercados externos, sobretudo o norte-americano e o chinês, tal como alerta Mario Draghi no relatório sobre competividade entregue à Comissão Europeia.
Durante a sua intervenção no painel “Collaborating for sustainable economic futures” (Colaborar para um futuro econónico sustentável) na Web Summit, Pedro Siza Vieira alertou que a Europa “está numa situação difícil” perante o crescimento “rápido” a nível económico e tecnológico da China e uma “trajetória” imprevisível por parte parte do “parceiro tradicional” do bloco europeu, os Estados Unidos, que se preparam para uma nova presidência sob a alçada de Donald Trump.
“Temos um desafio de competitividade na Europa e o relatório de Draghi é uma chamada de atenção para isso. O que precisamos de fazer é garantir que conseguimos assegurar o investimento necessário para ultrapassar o diferencial de investimento europeu, em coisas como energia mais barata, limpa, telecomunicações e todas as infraestruturas necessárias para uma economia mais competitiva”, respondeu. E estes setores, diz, podem ser uma oportunidade para Portugal.
Por exemplo, a nível das renováveis “Portugal está em vantagem”, vinca. “Temos uma produção renovável de 81% e isso significa que a energia elétrica em Portugal é das mais baratas na Europa e isso constitui uma vantagem competitiva. Os outros países devem reduzir os seus custos de energia para competir com os Estados Unidos e Portugal tem uma vantagem inequívoca para atrair investimento estrangeiro”, defendeu.
Nesse sentido, o presidente da AICEP Portugal, que também integrou o painel, mostrou-se disponível em reunir com empreendedores e empresas presentes na conferência para auferir oportunidades de investimento em Portugal. “Queremos conhecer projetos interessantes“, disse Ricardo Arroja.
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