PS quer dar até mais 275 euros aos pensionistas no Orçamento do Estado para 2025
Partido Socialista tem 38 propostas também na área da habitação e saúde que não põem em causa a margem orçamental do Governo, garante. Algumas já tinham sido levadas às negociações pré-Orçamento.
O PS avançou mesmo com uma proposta de atualização extraordinária das pensões de forma estrutural e permanente para as pensões até aos 1,566 euros, o que corresponde a três Indexantes dos Apoios Sociais (IAS) em 1,25 pontos percentuais, acima da atualização regular de janeiro, anunciou esta sexta-feira a líder parlamentar socialista, Alexandra Leitão, tal como avançado pelo ECO.
O aumento suplementar e permanente permite dar até mais 275 euros aos reformados, no conjunto do próximo ano, segundo as simulações apresentadas pelo grupo parlamentar. Esta é uma das três medidas que os socialistas assumem como essenciais para a especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).
O grupo parlamentar socialista estima que a atualização extraordinária tenha um impacto orçamental de 265 milhões de euros, o que garante não porá em causa as contas públicas de acordo com a margem orçamental que resulta das previsões económicas do Conselho das Finanças Públicas e da Comissão Europeia. O vice-presidente do PS, António Mendonça Mendes, assegurou que este impacto “está dentro da margem que tanto o Conselho das Finanças Públicas como a Comissão Europeia indicaram para mantar o saldo positivo de 0,3%” para 2025.
“O saldo orçamental definido nesta proposta de Orçamento é de um saldo positivo de 863 milhões de euros e que corresponde ao objetivo de 0,3% de excedente. Com as projeções do Conselho das Finanças Públicas teremos um crescimento do PIB maior em 2024, o que terá um efeito de arrastamento no saldo de 2024, que será de 0,6% e, no próximo ano, o Conselho das Finanças Públicas e a Comissão Europeia indicam que o saldo será de 0,4%”, explicou o antigo do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
Ou seja, a margem ou excedente para o próximo ano será maior: 0,4% em vez de 0,3%. Isto significa que “há mais 314 milhões disponíveis para continuar a assegurar um saldo de 0,3% e, é nessa medida, que uma atualização extraordinária de pensões com um custo de 265 milhões de euros está dentro desta margem”, concluiu António Mendonça Mendes.
Com o aumento extra de 1,25 pontos percentuais além da atualização regular anual, uma pensão de 555 euros terá uma subida anual de 183 euros por via da lei e, com a medida do PS, terá um ganho adicional de 274 euros. Ou seja, são mais 31 euros. Um pensionista que ganhe 783 euros será aumentado, no próximo ano, em 274 euros e, se a proposta do PS foi aprovada, terá um acréscimo anual de 411 euros, o que significa mais 137 euros.
E uma reforma de 1.566 euros terá um acréscimo anual de 438 euros, por via da atualização regular. A iniciativa do PS permite dar um impulso adicional anual de 275 euros, fazendo com que a pensão suba, no conjunto do ano, 713 euros, de acordo com as simulações apresentadas por António Mendonça Mendes.
Para os socialistas, esta solução “oferece melhores garantias dentro do quadro orçamental” do que o bónus pontual e não permanente que o Governo pretende atribuir aos pensionistas, defendeu o deputado. “O PS entende” que o modelo do bónus “não dá estabilidade aos pensionistas”, frisou a líder parlamentar, Alexandra Leitão.
Além do aumento extraordinário das pensões, o PS destacou mais duas medidas que o secretário-geral do partido, Pedro Nuno Santos, já tinha levado às negociações pré-orçamentais com o primeiro-ministro, Luís Montenegro: a criação de uma dotação específica para investimento em habitação a preços acessíveis e alojamento para estudantes e a criação de um regime de dedicação exclusiva voluntária ao SNS.
Mas desta vez, preferiu não fixar um custo para as duas medidas, uma vez que, nas negociações com o Governo para viabilização do OE2025, o partido tinha indicado uma verba de 500 milhões de euros para habitação por ano e de 200 milhões de euros para regime de dedicação exclusiva dos médicos.
“Sobre a dotação para habitação, trata-se de uma medida plurianual e, por isso, consideramos que devemos responder em função das necessidades. Deixamos essa margem para o Governo definir“, argumentou a vice-presidente da bancada Marina Gonçalves.
Em relação ao regime de dedicação exclusiva dos médicos do SNS, a deputada lembrou que “o Governo está já num trabalho de negociação com os sindicatos”. Assim, o PS prefere “deixar essa margem para o Governo”, afirmou. “Este Orçamento não é nosso e as funções executivas também não são nossas”, salientou.
Entre as 38 propostas que o PS irá entregar para a especialidade inclui-se ainda a eliminação do teto nominal à consignação do IRC ao Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS). No OE2025, o Governo determina que esta consignação passa a ter um máximo de 472.754.575 milhões de euros. Estabelece ainda que a consignação tem por referência o valor do IRC liquidado relativamente ao período de tributação de 2024, ao qual deve ser deduzido o valor do adiantamento efetuado naquele ano.
Os socialistas querem ainda a manutenção da publicidade na RTP, bem como o reforço dos contratos locais de segurança e da intervenção comunitária de proximidade, através de projetos como Programa Bairros Saudáveis e Programa Arte e Periferias Urbanas.
Os socialistas querem também a regulamentação das taxas e emolumentos no ensino superior, a remuneração dos estágios curriculares, bem como a revogação das propinas do ensino de português no estrangeiro. Para além disso, os socialistas querem clarificar que as despesas relativas à aquisição de bicicleta são dedutíveis em sede de IVA e a manutenção do programa de apoio à instalação de janelas eficientes.
(Notícia atualizada às 15h16)
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