AD avança com proposta para fim do corte nos salários dos políticos. PS pode dar-lhe a mão
AD propõe acabar com o corte de 5% nos salários de titulares de cargos públicos, imposto em 2010. PS considera que os cortes já não fazem sentido e está a avaliar proposta. Medida custa 20 milhões.
A Aliança Democrática quer, no âmbito da especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), pôr fim ao corte de 5% nos salários dos políticos e gestores públicos, em vigor desde 2010. A proposta poderá ver a luz dia, uma vez que o PS considera que a limitação já não se justifica, indiciando que pode acompanhar a medida, que, segundo anunciou o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, terá um “custo de 20 milhões de euros”, caso seja aprovada.
“É a única reminiscência da troika no país. Não há razão absolutamente nenhuma para que continue. Deixarei a cargo do PS. O PSD e o CDS não deixarão de acabar com o último corte dos tempos da troika“, afirmou Hugo Soares, em conferência de imprensa para apresentação das propostas que os dois partidos que suportam o Governo, confirmando a notícia avançada pelo Expresso esta sexta-feira.
“Queremos acabar com um corte que existe desde troika que vai desde aos autarcas aos gestores públicos e deputados, membros do Governo, Presidente da República e nós temos essa cortagem que é da mais elementar justiça”, sublinhou o líder parlamentar.
Meia horas antes, a líder parlamentar, Alexandra Leitão, em conferência de imprensa de apresentação das 38 propostas do partido para a especialidade da proposta orçamental, após ser questionada sobre o tema pelos jornalistas, considerou que “neste momento” o corte “já não se justifica”, pelo que o partido está a avaliar o tema. A posição do PS dependerá, assim, da proposta concreta dos sociais-democratas.
De acordo com o Expresso, os sociais-democratas querem a reposição de 5% no salário de titulares de cargos públicos, como o Presidente da República, presidente da Assembleia da República, o primeiro-ministro, bem como os restantes membros do Governo, deputados, presidentes de câmara e vereadores em funções a tempo inteiro.
A medida está em vigor desde a implementação do pacote de austeridade e embora o ex-primeiro-ministro António Costa tenha chegado a afirmar pretender a sua reversão, nunca chegou a avançar.
(Notícia atualizada às 16h56 com mais informação)
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