Miranda Sarmento responsabiliza PS pela preocupação do CFP com aumento da despesa
Ministro das Finanças garante que o Governo não vai "continuar esse ritmo de crescimento de despesa" verificado este ano, responsabilizando anterior Executivo.
O ministro das Finanças responsabilizou o PS pelos alertas deixados pelo Conselho de Finanças Públicas (CFP) sobre o aumento da despesa em quase 10% para este ano, dizendo que a instituição “fez bem em alertar” para esse aumento uma vez que são resultado de medidas aprovadas pelo anterior Governo.
“A CFP fez bem em alertar para o aumento da despesa em 2024“, respondeu Miranda Sarmento em declarações à bancada do PSD, argumentando que esse aviso não é referente à despesa prevista para o próximo ano. “O país não aguentaria se a despesa pública crescesse todos os anos 10% ao ano. Seria insustentável”, disse.
“Não podemos e não iremos continuar a esse ritmo de crescimento de despesa que estamos a assistir em 2024 que resulta das decisões aprovadas no último orçamento e já depois da demissão do anterior primeiro-ministro“, respondeu o ministro das Finanças, esta sexta-feira, durante a audição na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, na Assembleia da República.
Miranda Sarmento diz, em resposta ao PS, que a despesa “está a crescer 10%” na sequência de um “conjunto de decisões” tomadas pelo anterior Governo que “condicionam essa evolução”. “Não podem vir criticar o aumento da despesa em 2024 quando decorre exclusivamente das decisões que tomaram“, respondem à deputada Marina Gonçalves, ex-ministra da Habitação, do anterior Governo.
As declarações de Miranda Sarmento surgem na sequência das declarações da presidente das CFP que manifestou preocupação sobre o comportamento da despesa pública este ano e alertou que a margem do país para não entrar em incumprimento com os compromissos em Bruxelas é mínima.
“Espero que este comportamento da despesa este ano seja excecional, anómalo e não se torne um padrão de crescimento. O país não suportaria termos uma taxa de crescimento na casa de dois dígitos, afirmou Nazaré Cabral, esta quarta-feira no Parlamento, recordando que, este ano, a taxa de crescimento homóloga da despesa deverá ser próxima de 10%, ao contrário do que foi a média dos últimos anos. “Estou, de facto, preocupada com o comportamento da despesa“, vincou.
Turismo? Economia deve diversificar fontes de receita
O ministro das Finanças aproveitou a audição para prestar esclarecimentos sobre as declarações que fez durante a Web Summit e na qual disse o peso do turismo na economia deve reduzir-se.
“Não quis desvalorizar a importância do turismo“, disse Joaquim Miranda Sarmento em resposta à bancada do Chega, sublinhando que o setor deu contributos significativos para o “crescimento do PIB, emprego e investimento”. No entanto, “outros setores têm de crescer tanto ou mais” quanto o turismo, sobretudo o da tecnologia.
“A economia deve diversificar-se porque quanto mais diversificada menor é o risco”, respondeu Joaquim Miranda Sarmento.
Notícia atualizada pela última vez às 19h50
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