TAP baixa lucro para 118,2 milhões até setembro. Perdas cambiais de 40 milhões penalizaram contas

Aumento da receita de passageiros e forte crescimento do negócio da manutenção ajudaram contas. Perda cambial de 40 milhões penalizou lucros.

A TAP registou um lucro de 118,2 milhões de euros nos primeiros nove meses, período em que aumentou as receitas de passagens e do negócio de manutenção de aeronaves. O resultado beneficia do lucro de 117,8 milhões de euros conseguido entre julho e setembro, os meses mais fortes para a aviação.

“Estamos satisfeitos com a nossa performance no terceiro trimestre, apesar dos dois grandes desafios enfrentados: a situação difícil de gestão do espaço aéreo europeu, e as desvalorizações cambiais significativas”, afirma Luís Rodrigues, CEO da TAP, citado no comunicado.

O resultado líquido de 118,2 milhões de euros fica 85,3% abaixo do período homólogo, quando na companhia ainda vigoraram reduções salariais. As contas foram ainda penalizadas por 39,5 milhões de euros em perdas cambiais, ao contrário do mesmo período do ano passado, quando se registou um ganho de 33,8 milhões.

A TAP registou um aumento de 2,8% nas receitas operacionais nos primeiros nove meses do ano, para 3.253 milhões de euros, beneficiando do aumento da capacidade (2,3%) e da taxa de ocupação das aeronaves, que atingiu 82,9%. Transportou 12,3 milhões de passageiros, um aumento de 1,55% face a 2023. As receitas de manutenção tiveram um aumento expressivo de 39,8% para 165,5 milhões.

Os gastos operacionais subiram 4,4%, para 596,1 milhões, devido sobretudo ao aumento de 31,8% nos custos com pessoal. O encargo com combustível desceu 2,4%.

O resultado operacional recorrente cifrou-se em 377,8 milhões, menos 5,7% do que em 2023, levando a margem a recuar um ponto percentual para 11,6%.

O EBITDA (resultados antes de encargos com juros e impostos, depreciações e amortizações) totalizou 725,6 milhões, menos 2,8% do que no mesmo período do ano passado, com a margem EBITDA a encolher 1,2 pontos percentuais para 21,7%.

Meses de verão ainda aquém dos níveis pré-pandemia

A TAP transportou 4,6 milhões de passageiros entre julho e setembro, mais 1,3% que no período homólogo, enquanto o número de voos desceu 1,9%. “Comparando com os níveis pré-crise de 2019, o número de passageiros atingiu 91% e os voos operados atingiram 84%”, observa a TAP. A capacidade (lugares-quilómetro disponíveis) aumentou 1,2%, mas fica ainda a 3% dos níveis pré-crise.

O volume de negócios totalizou 1.284,1 milhões, mais 2% do que no mesmo período do ano passado, com as receitas de passagens a ficarem praticamente inalteradas e as de manutenção a subirem 48%.

A companhia aérea registou lucros de 117,8 milhões no terceiro trimestre, menos 62,8 milhões do que no período homólogo, com as perdas cambiais de 22 milhões a pesarem no resultado.

Perspetivando o próximo trimestre, a companhia afirma que “as reservas encontram-se ligeiramente acima do ano anterior, sendo expectável que compensem alguma pressão sobre as yields [receita por passageiro e milha voada]”. A transportadora conta atualmente com 99 aeronaves, o limite imposto pelo plano de reestruturação, estando prevista a entrega até ao fim do ano de dois A320 NEO, em substituição de dois A320 CEO.

A TAP tinha, no final de setembro, uma dívida financeira líquida de 491,3 milhões, o equivalente a 2,3 vezes o EBITDA, com o rácio a melhorar face aos 2,6% registados no final de dezembro de 2023. A companhia tinha 943,1 milhões em caixa, a 31 de setembro, mais 153,7 milhões que em setembro.

A TAP vendeu 400 milhões de euros em obrigações a investidores institucionais já este mês. O CEO sublinha no comunicado “o sucesso na emissão de obrigações, com uma clara criação de valor para a TAP, dado a redução significativa do spread implícito, resultou de uma resposta positiva por parte dos investidores à performance financeira da empresa”.

(Notícia atualizada às 8h32)

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