“São 1.000 dias de guerra à democracia e aos direitos humanos”, diz Montenegro

  • Joana Abrantes Gomes
  • 17:43

Montenegro apelou a "todos os líderes" para que não multipliquem "respostas e contra respostas que não ajudam a resolver" a guerra e os problemas humanitários na Ucrânia.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, assinalou esta terça-feira o milésimo dia da invasão “ilegítima e injustificada” da Ucrânia pela Rússia, sublinhando que são “1.000 dias de guerra à democracia, aos direitos humanos e aos valores e princípios que Portugal defende no contexto internacional”.

Falando à margem da cimeira do G20, no Rio de Janeiro, na qual Portugal participou como país convidado, o chefe do Governo português dirigiu um apelo a “todos os líderes” para que não multipliquem “respostas e contra respostas que não ajudam a resolver” a guerra e os problemas humanitários.

Luís Montenegro referia-se ao decreto-lei aprovado esta terça-feira pelo Presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, que passa a permitir o uso alargado de armamento nuclear, depois de os EUA terem autorizado a Ucrânia a utilizar mísseis norte-americanos de longo alcance em território russo.

Vamos concentrar a nossa contribuição em poder ajudar a que se criem condições, em primeiro lugar, para evitar qualquer escalada neste conflito, e, em segundo lugar, para que se criem condições de cessar-fogo e de cessar a operação militar e se possa dar primazia à diplomacia e ao caminho que encontre uma solução permanente“, realçou.

Por isso, continuou, é necessário “que não se vá mais longe do que já se foi” e que “ameaças que põem em causa não apenas a integralidade do território ucraniano, mas valores muito altos de ofensa à dignidade humana e aos direitos fundamentais possam ser apenas e só ameaças de retórica e nunca operações no terreno“.

O líder do Executivo português notou ainda que, durante a cimeira do G20 dos últimos dias, a diferença de opiniões à volta da mesa “não foi significativa nem cresceu”. “Estando a Federação Russa presente e um conjunto de países que tem condenado a invasão da Ucrânia, o uso de instrumentos que violam o direito internacional, o que pude assistir foi a uma sensibilização da Rússia face àquela que é a sua conduta. Não creio que desse ponto de vista tenha havido mais divisão do que aquela que já havia”, apontou, reconhecendo, porém, que existe “um isolamento muito grande da Rússia”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

“São 1.000 dias de guerra à democracia e aos direitos humanos”, diz Montenegro

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião