Sociais-democratas, socialistas e liberais chegam a acordo sobre Comissão de von der Leyen
Sociais-democratas, socialistas e liberais no Parlamento Europeu chegaram a acordo para aprovar a nova Comissão Europeia, após dias de bloqueio e cedências do PPE e S&D.
Os sociais-democratas, socialistas e liberais no Parlamento Europeu chegaram esta quarta-feira a acordo para aprovar a nova Comissão Europeia, após dias de bloqueio e cedências do Partido Popular Europeu (PPE) e Socialistas e Democratas (S&D), avançaram à Lusa fontes partidárias.
O acordo político foi alcançado numa reunião à porta fechada entre responsáveis do PPE, S&D e Renovar a Europa (a bancada liberal), ao final da tarde em Bruxelas, após mais de uma semana de intensas conversações.
No encontro, de acordo com fontes comunitárias ouvidas pela Lusa, as três maiores forças partidárias da assembleia europeia conseguiram o necessário consenso de dois terços para aprovar, num único ‘pacote’, os sete nomes ainda pendentes (de um total de 26) do novo colégio de comissários, o segundo liderado por Ursula von der Leyen, para entrar em funções a 1 de dezembro.
Neste ‘pacote’ agora com ‘luz verde’, que será confirmado na quinta-feira em Conferência de Presidentes e na próxima semana no plenário do Parlamento Europeu, estão os seis candidatos a vice-presidentes da Comissão Europeia: Kaja Kallas, Alta Representante para os Assuntos Externos; Raffaelle Fitto, vice-presidente executivo para a Coesão e Reformas; Teresa Ribera, vice-presidente executiva para uma Transição Limpa, Justa e Competitiva; Henna Virkkunen, vice-presidente executiva para a Soberania Tecnológica, Segurança e Democracia; Stéphane Séjourné, vice-presidente executivo para a Prosperidade e Estratégia Industrial e Roxana Mînzatu, vice-presidente executivo para as Pessoas, Competências e Preparação.
Acresce o comissário indigitado pela Hungria, Oliver Várhelyi, atual representante do país na instituição e ao qual Von der Leyen atribuiu a pasta de Saúde e Bem-Estar Animal, que, por dúvidas dos eurodeputados, viu a sua avaliação adiada duas vezes e agora será avaliado em conjunto com os ‘vices’.
Os nomes mais polémicos são os da espanhola e do italiano, relativamente aos quais há agora cedências dos sociais-democratas e socialistas, de acordo com as mesmas fontes: por um lado, o PPE deixou de exigir que Teresa Ribera, que tem processos contra si devido às trágicas inundações em Espanha, se demitisse caso as acusações avancem, e o S&D abdicou de pedir que Rafaelle Fito perdesse a vice-presidência.
Chegado a acordo, a nova comissão de von der Leyen já pode ser votada em bloco, processo que está agendado para o próximo dia 27 de novembro, no Parlamento Europeu. O novo executivo comunitário tomará posse a 1 de dezembro.
Três maiores forças partidárias do PE acordam “abordagem construtiva” no novo ciclo na UE
As três maiores forças partidárias do Parlamento Europeu – conservadores, socialistas e liberais – comprometeram-se a uma “abordagem construtiva” no próximo ciclo institucional da União Europeia (UE), face “aos desafios colocados”, permitindo provar a nova Comissão Europeia.
“Reconhecemos os desafios colocados pela situação geopolítica, o défice de competitividade da Europa, as questões de segurança, a migração e a crise climática, bem como as desigualdades socioeconómicas. Reafirmamos, por conseguinte, o nosso compromisso de trabalhar em conjunto com uma abordagem construtiva”, vincam os líderes destes três principais partidos do PE uma declaração referente a uma “plataforma de colaboração”, firmada em Bruxelas esta quarta-feira e à qual a agência Lusa teve acesso.
Na posição – assinada pelos líderes do PPE, Manfred Weber; do S&D, Iratxe García Pérez; e do Renovar a Europa, Valérie Hayer –, é salientado que o objetivo é “fazer avançar uma agenda de reformas baseada nas orientações políticas do presidente da Comissão Europeia de 18 de julho de 2024, no melhor interesse dos cidadãos europeus”, numa alusão à data em que foi aprovada a reeleição de Ursula von der Leyen no cargo de líder do executivo comunitário, que aguarda agora aval parlamentar sobre a sua equipa.
Este documento, com diretrizes sobre defesa, migrações, Estado de direito e sustentabilidade ambiental, traça o tipo de cooperação para os próximos cincos anos no novo ciclo institucional da UE, o que permite dar aval ao novo executivo comunitário von der Leyen, após intensas negociações na última semana, para entrar em funções a 1 de dezembro.
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