Costa promete garantir “unidade entre todos” na presidência do Conselho Europeu
O presidente eleito do Conselho Europeu prometeu esta sexta-feira garantir a "unidade entre todos" os líderes da União Europeia quando assumir os comandos da instituição.
O presidente eleito do Conselho Europeu, António Costa, que inicia funções a 1 de dezembro, promete trabalhar pela “unidade entre todos” os líderes da União Europeia quando assumir os comandos da instituição, defendendo que não se “perca tempo” com conclusões escritas.
“A minha principal missão é garantir a unidade entre todos… E isso significa estar em contacto permanente”, declarou António Costa, falando com meios internacionais em Bruxelas, citado pelo Politico.
“Mesmo nos momentos mais críticos — como os que vivemos desde que a Rússia invadiu a Ucrânia — o Conselho [Europeu] conseguiu sempre tomar decisões. […] Por vezes, foi necessário realizar outra cimeira, mas foi sempre possível chegar a um acordo”, exemplificou.
Vincando que pretende alcançar esta unidade, António Costa defendeu, contudo, discussões mais eficazes ao nível do Conselho Europeu, razão pela qual se tem vindo a reunir com os líderes da União Europeia (UE) nas capitais comunitárias, para se preparar para a sua primeira cimeira europeia, marcada para 19 e 20 de dezembro.
A minha principal missão é garantir a unidade entre todos… E isso significa estar em contacto permanente.
Em declarações ao Financial Times, o antigo primeiro-ministro português vincou ser “unânime esta visão [de que] ninguém quer perder tempo a redigir” conclusões escritas.
“O que nós queremos é ter conclusões mais curtas, porque não precisamos que cada Conselho [Europeu] discuta mais uma vez todos os problemas do mundo. Precisamos de concentrar cada Conselho [Europeu] numa mensagem política”, salientou, numa alusão às várias horas de reuniões de alto nível em Bruxelas, defendendo ainda “colmatar o fosso entre os cidadãos europeus e as instituições da UE”.
Costa disse ainda ao Financial Times ter “uma relação pessoal e política muito boa” com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao contrário do seu antecessor, Charles Michel, o que vai permitir “dividir responsabilidades e evitar conflitos”.
Há duas semanas, o presidente cessante do Conselho Europeu, Charles Michel, disse precisamente confiar que o antigo primeiro-ministro português seja “guardião da unidade” entre os Estados-membros, quando a União Europeia enfrenta desafios económicos e geopolíticos.
António Costa, que fez parte do Conselho Europeu em representação de Portugal durante oito anos (período em que foi primeiro-ministro), conhece já alguns dos líderes da União Europeia (UE), mas pretende, no seu mandato de dois anos e meio à frente da instituição, encontrar pontos de convergência para compromissos entre os 27.
Por essa razão, antes de iniciar funções, realizou no verão e início do outono um roteiro pelas capitais europeias para se encontrar presencialmente com os chefes de Governo e de Estado da UE para conhecer melhor as suas perspetivas e prioridades para o próximo ciclo institucional no espaço comunitário.
Em junho, Costa foi eleito pelos chefes de Estado e de Governo da UE como presidente do Conselho Europeu para um mandato de dois anos e meio a partir de 1 dezembro de 2024, sendo o primeiro português e o primeiro socialista à frente da instituição.
Sucede no cargo ao belga Charles Michel, em funções desde 2019. Antigo primeiro-ministro belga, o político liberal Charles Michel, de 48 anos, preside ao Conselho Europeu até 30 de novembro de 2024, num período marcado por crises como a saída do Reino Unido da União Europeia, a pandemia de Covid-19, a invasão russa da Ucrânia e, mais recentemente, o reacender das tensões no Médio Oriente.
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