Dia Mundial da Júnior Empresa: o futuro constrói-se desde cedo

  • Carlos Rebelo
  • 22 Novembro 2024

Costuma dizer-se que se aprende a ler lendo, a escrever escrevendo, a estudar estudando. O mesmo se passa com o empreendedorismo. Hoje é o Dia Mundial da Júnior Empresa.

Quando se fala em empreendedorismo, não é em jovens universitários a liderar empresas a primeira coisa que vem à cabeça da maioria das pessoas. O Facebook ou o Snapchat, duas tecnológicas americanas que se tornaram num enorme sucesso em poucos anos, são com quase toda a certeza as empresas que mais são associadas ao empreendedorismo jovem, por terem sido criadas por dois jovens inspiradores quando ainda eram apenas estudantes universitários.

Mas muito antes disso, em 1967, foi criada em Paris, na ESSEC – L’École Supérieure des Sciences Economiques et Commerciales, a primeira júnior empresa da história, para dar resposta à necessidade sentida na época pelos alunos de aplicar os conhecimentos adquiridos em sala de aula num ambiente real de trabalho. O conceito de júnior empresa que surgiu nesta instituição francesa há dezenas de anos depressa se expandiu um pouco por toda a Europa e pelo mundo, dando início ao Movimento Júnior.

Em Portugal, este movimento repercutiu-se, em 1990, com a criação da JUNITEC – Júnior Empresa do Instituto Superior Técnico. Criada por um grupo de estudantes empreendedores, a mais antiga Júnior Empresa de Portugal, que tem como principal objetivo valorizar o estudante universitário e oferecer-lhe uma experiência única de trabalho, foi a impulsionadora deste movimento tal como o conhecemos hoje.

Decorridos já alguns anos, o diagnóstico é claro: a aprendizagem orientada para o empreendedorismo responde aos desafios prementes do ensino académico e do mercado de trabalho e é, também, transformadora das vidas dos estudantes universitários, das empresas e da sociedade.

Apesar deste impacto notoriamente positivo, este movimento tem, infelizmente, beneficiado de muito pouco visibilidade, uma situação que se procura inverter ao celebrar o Dia Mundial da Júnior Empresa esta sexta-feira, dia 22 de novembro.

Numa júnior empresa, a principal missão é passar aos estudantes universitários uma ideia daquilo que é a realidade empresarial hoje em dia e é, precisamente, assim, que estas entidades devem ser encaradas: como uma experiência profissional que pode ser vivenciada durante os anos em que estão a realizar os seus cursos superiores.

Na realidade, trabalhar numa júnior empresa tem as suas peculiaridades. Enquanto uma empresa dita normal tem — ainda, pelo menos – como principal objetivo o lucro, uma júnior empresa caracteriza-se essencialmente por ser unicamente gerida por estudantes universitários e pelo estatuto legal que assume de organização sem fins lucrativos. São apenas estes dois aspectos — embora muitíssimo importantes — que distinguem os dois tipos de empresas, pois em tudo o resto, desde a forma como estão estruturadas, aos serviços que prestam ou projetos que desenvolvem, apresentam bastantes similaridades.

Numa júnior empresa, a principal missão é passar aos estudantes universitários uma ideia daquilo que é a realidade empresarial hoje em dia e é, precisamente, assim, que estas entidades devem ser encaradas: como uma experiência profissional que pode ser vivenciada durante os anos em que estão a realizar os seus cursos superiores.

Aqui, as ferramentas que se adquirem vão ser fundamentais na preparação dos seus membros para o mercado de trabalho. Vão ter a oportunidade de colocar em prática os conceitos aprendidos em diferentes disciplinas, vão poder desenvolver projetos concretos e vão garantidamente ter contacto com o meio empresarial. Mas também vão aprender a trabalhar em equipa, a liderar, comunicar, cumprir prazos, resolver problemas, tomar decisões e negociar, entre tantas outras competências comportamentais que poderão ser atestadas por qualquer jovem talento que passe por uma júnior empresa. No fundo, vão ter acesso a uma formação complementar e contínua baseada no empreendedorismo que os irá valorizar e aproximar do seio empresarial em que pretendem vir a inserir-se.

Costuma dizer-se que se aprende a ler lendo, a escrever escrevendo, a estudar estudando. O mesmo se passa com o empreendedorismo. Por isso, neste Dia Mundial da Júnior Empresa reforço a importância do Movimento Júnior, que tanto tem mudado a vida de quem se propõe a ser empreendedor ao mesmo tempo que estudante, por considerar que o futuro se constrói desde cedo.

  • Carlos Rebelo
  • Presidente da JUNITEC

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