Países bálticos, nórdicos e Polónia prontos a “aumentar sanções à Rússia”
Os países nórdicos, bálticos e a Polónia defenderam, em cimeira conjunta, que a “Europa deve assumir uma maior responsabilidade pela sua própria segurança".
Os países bálticos e nórdicos e a Polónia estão prontos para reforçar, com os seus aliados, as sanções à Rússia e aos Estados que apoiam a sua invasão da Ucrânia, declararam esta quarta-feira numa cimeira na Suécia.
“Com os nossos aliados, estamos determinados a reforçar a nossa dissuasão e defesa (…) contra ataques convencionais e híbridos, e a reforçar as sanções à Rússia e àqueles que apoiam a agressão da Rússia, assim ameaçando a nossa segurança comum”, escreveram os sete signatários (Suécia, Finlândia, Dinamarca, Noruega, Letónia, Estónia e Polónia) num comunicado conjunto.
A Lituânia não participou nesta cimeira, uma vez que o seu Governo está em processo de formação. “As sanções ocidentais estão a funcionar apesar da propaganda russa, a economia russa está a afundar-se num desequilíbrio entre o aumento da despesa de guerra e o resto da economia em dificuldades”, declarou o primeiro-ministro sueco, numa conferência de imprensa em Harpsund, na Suécia.
Os sete países, fronteiriços ou próximos da Rússia e membros da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), comprometem-se também a “reforçar o apoio” à Ucrânia, “em particular à indústria de defesa ucraniana, e investirão para colocar mais munições à disposição da Ucrânia”.
Os signatários do texto recordaram que são os maiores contribuidores per capita para a ajuda militar à Ucrânia. “A Europa deve assumir uma maior responsabilidade pela sua própria segurança”, argumentou o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, num comunicado separado, enquanto os países europeus se preocupam com a promessa do Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de acabar com a guerra na Ucrânia em 24 horas.
Vários dos países signatários culpam regularmente a Rússia por estes “ataques híbridos” de que são alvo, tendo sido o último dos quais a rutura de dois cabos submarinos no mar Báltico. A Suécia abriu uma investigação sobre sabotagem e está a investigar o papel que terá desempenhado um navio chinês.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após o desmoronamento da União Soviética – e que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
No terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
As tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguem o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk, e da recente autorização do Presidente norte-americano, Joe Biden, à Ucrânia para utilizar mísseis de longo alcance fornecidos pelos Estados Unidos para atacar a Rússia.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.
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