Ex-comissário europeu suspeito de branqueamento de capitais
Várias casas ligadas a Didier Reynders, ex-comissário europeu da justiça, foram alvo de buscas pela polícia esta terça-feira. O caso envolve a lotaria do país, liderada pelo belga no passado.
Didier Reynders, que até ao passado sábado ocupava a pasta da justiça na Comissão Europeia, é suspeito de branqueamento de capitais pela polícia belga, avança o jornal Le Soir. Várias casas e propriedades ligadas ao ex-comissário europeu, foram esta terça-feira alvo de rusgas policiais na sequência de uma investigação que envolve a lotaria nacional do país.
Ao longo de uma década, o ex-Comissário Europeu terá comprado bilhetes eletrónicos – vales de 1 a 100 euros –, num esquema que terminava com transferências suspeitas para a sua conta bancária privada.
Reynders foi responsável pela Lotaria Nacional belga entre 2007 e 2011, mas os alegados crimes terão decorrido após esse período. Terá alegadamente iniciado o branqueamento de capitais enquanto ainda estava ativo na política belga e suspeita-se que tenha prosseguido esta prática durante o seu mandato como comissário.
Até agora, não se sabe ao certo a origem dos fundos usados por Reynder, que terá agora de provar a sua origem legal.
As buscas fazem parte de uma investigação de branqueamento de capitais que decorre há meses. Mas Reynders foi visado apenas esta terça-feira, dois dias após a nova Comissão de von der Leyen ter iniciado funções uma vez que os investigadores esperaram pelo fim do mandato, altura em que perdeu a sua imunidade enquanto comissário europeu.
Enquanto ainda era comissário, a polícia belga teria de obter autorização do Colégio de Comissários – do qual Reynders era membro – para efetuar uma busca na sua casa o que teria colocado em risco a investigação.
O Ministério Público belga foi alertado pela própria Lotaria Nacional e pela Unidade de Processamento de Informações Financeiras da Bélgica (CTIF-CFI), órgão que recebe comunicações relativas a transações que possam estar relacionadas com o branqueamento de capitais ou o financiamento do terrorismo.
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