Governo avalia prémio a empresas com práticas ESG nos concursos públicos

"É preciso colocar isto [do ESG] no terreno. Vamos lutar para alcançar as metas, mantendo a competitividade", sublinhou João Rui Ferreira, secretário de Estado da Economia.

O secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, acredita que existe um alargado consenso em matérias de ESG — ou seja, de sustentabilidade ambiental, social e de governança. As maiores dúvidas surgem no momento de implementar medidas, e o Governo está a trabalhar no sentido de estimular este caminho. Em particular, para que a adoção de práticas ESG tenha uma majoração positiva nos concursos públicos.

“Estamos a trabalhar também do ponto de vista dos nossos avisos e plano de incentivos, a estudar formas para que a adoção destas matérias [ESG] possa ter uma majoração positiva. Um estímulo a quem faz melhor, não uma penalização”, avançou João Rui Ferreira, secretário de Estado da Economia, na conferência ESG Forum 2024, organizada pelo ECO, no auditório da PLMJ.

“É preciso colocar isto [do ESG] no terreno. Vamos lutar para alcançar as metas mantendo competitividade”, sublinhou João Rui Ferreira, secretário de Estado da Economia, acreditando que “é fundamental fazer esta transição encontrando valor, usando fórmulas que continuem a acrescentar valor ao negócio”.

Na ótica do governante, “há consenso alargado nestes temas”, mas as dúvidas surgem no momento de decidir a que ritmo se vai processar a mudança e como se irão adaptar os princípios de sustentabilidade em cada negócio. Recorrendo à sua experiência profissional no setor privado, sobretudo na indústria da cortiça, garante que as matérias ESG “nunca foram uma questão nem dificuldade, mas uma forma de diferenciação do negócio”.

No sentido de agilizar a mudança, o Governo está também a transpor as diretivas sem “criar mais barreiras a um processo complexo”. E a trazer a visão das empresas “para que seja exequível”. João Rui Ferreira fala da importância de existir um referencial normativo do ESG em Portugal, “um quadro comum para todas as empresas que permita harmonizar as regras do jogo”.

Na questão da capacitação, destaca o trabalho de instituições tuteladas pelo Governo, como a AICEP, e indica que têm de ser encontrados novos modelos para chegar aos cidadãos e aos empresários.

Gestores em “lugar perigoso” se ignorarem impactos do negócio

Na abertura da mesma conferência, o managing partner da PLMJ, Bruno Ferreira, indicou que “frequentemente” é abordado por gestores que afirmam: ‘temos de fazer alguma coisa no ESG’. Uma abordagem que considera “preocupante”, pois indica que não sabem ainda o que estas matérias implicam para o seu modelo de negócio. Mas ao mesmo tempo vantajosa, na medida em que mostra uma crescente preocupação com o tema.

Os gestores estão num lugar bastante perigoso se não tiverem consciência do que as suas decisões implicam“, alerta. Na sua ótica, o exercício de due dilligence era algo relativamente pontual mas que tem de começar a ser permanente, traduzindo-se num conhecimento ” de todo o impacto que o negócio está a ter a todo o momento”.

“Há esta maior consciência das empresas, faz parte da nossa missão continuar esta conversa. Tendo consciência das vantagens que isso tem no tecido empresarial”, rematou.

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