O impacto do design de escritórios no bem-estar e produtividade
Escritórios que respeitam as necessidades humanas, físicas e emocionais, criam um ambiente mais saudável, produtivo e acolhedor para todos, elevando a experiência de trabalho a um novo patamar.
O espaço físico de trabalho continua a desempenhar um papel importante na produtividade e satisfação das pessoas. Mas como devem ser projetados escritórios que promovam o bem-estar, estimulem a produtividade e que respondam às necessidades de diferentes perfis? Considerando que o maior ativo das empresas são as pessoas, a resposta pode estar na aplicação de princípios da neuroarquitetura, uma abordagem inovadora que tem influenciado, de forma crescente, o design dos ambientes de trabalho modernos.
A neuroarquitetura valoriza a criação de espaços inclusivos, adaptados a diferentes perfis, com foco nos colaboradores neurodivergentes que representam entre 15 a 20% da população, segundo um estudo da HOK.
No desenho de um espaço de trabalho, é cada vez mais importante fazer uma distinção entre preocupações relacionadas a limitações físicas e as que estão relacionadas com dificuldades do foro psicológico.
De um modo geral, e segundo um estudo da Universidade de Cambridge, a presença física no local de trabalho sincroniza a atividade cerebral das equipas, impulsionando a inovação e a capacidade de resolver problemas. As características e disposição dos espaços de colaboração são uma ferramenta essencial na performance destes momentos coletivos. Já as áreas mais sociais são muitas vezes palco para conversas espontâneas que promovem a troca de ideias e estimulam a criatividade coletiva.
Por outro lado, para uma maior concentração individual, é fundamental que existam espaços que minimizem o ruído natural de um escritório e que proporcionem elevado nível de concentração, seja através de posicionamento estratégico na planta do escritório (afastado de zonas de passagem frequente) seja através de reforço no revestimento acústico destes “refúgios”.
Se olharmos objetivamente a casos de Transtorno do Espetro Autista (TEA) e de Transtorno de Défice de Atenção e Hiperatividade (TDAH), ambas as situações requerem ambientes que levem à concentração necessária para o desempenho das suas funções. No primeiro caso, assiste-te a uma grande dificuldade de concentração e foco em ambientes mais ruidosos ou com grande fluxo de pessoas. Assim, é importante garantir que estes colaboradores possam ter oportunidade de estar num espaço de trabalho que lhes traga tranquilidade, serenidade e silêncio.
Numa situação de TDAH, em que existe dificuldade de foco, em especial durante tarefas de duração prolongada, é essencial que os espaços sociais (ou de pausa) proporcionem momentos de qualidade e de recuperação da energia, nomeadamente mental.
Outra tendência essencial nos espaços de trabalho contemporâneos é o conceito de flexibilidade. Ambientes que podem ser reconfigurados conforme as necessidades do momento permitem uma rápida adaptação às diferentes atividades e equipas, facilitando tanto o trabalho individual quanto o colaborativo.
Também a biofilia – conceito que incorpora elementos naturais nos ambientes – tem um impacto positivo no bem-estar dos utilizadores. A inclusão de plantas, luz natural e materiais naturais, proporcionam uma sensação de calma e conforto ao mesmo tempo que reduzem o stress e promovem a produtividade. Este vínculo com a natureza tem mostrado benefícios psicológicos claros e é cada vez mais valorizado nos escritórios.
Em simultâneo, na era digital, a integração de tecnologias inteligentes tornou-se fundamental. Sistemas de automação, controlo climático e ferramentas de colaboração digital contribuem para um ambiente de trabalho mais eficiente e confortável.
Por variados motivos, cada pessoa perceciona o espaço de maneira diferente, o que significa que uma aposta na diversidade de espaços e estímulos será uma mais-valia para os colaboradores. Um espaço de trabalho pensado para as necessidades específicas de cada empresa, mas que garanta um equilíbrio entre diferentes tipologias de espaços e adote princípios de neuroarquitetura, beneficia não só do desempenho individual como também do resultado do trabalho em equipa e consequente inovação.
Escritórios que respeitam as necessidades humanas, físicas e emocionais, criam um ambiente mais saudável, produtivo e acolhedor para todos, elevando a experiência de trabalho a um novo patamar.
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