Marcelo espera aumento da cooperação entre Portugal e os Países Baixos no setor portuário
O Presidente da República realçou o projeto do chamado "corredor verde" entre os portos de Sines e de Roterdão, que espera "que em breve se torne realidade".
O Presidente da República afirmou esta terça-feira esperar um aumento da cooperação entre Portugal e os Países Baixos e destacou o setor portuário e a perspetiva de maior ligação entre os portos de Sines e Roterdão.
Marcelo Rebelo de Sousa falava na abertura de um seminário económico, num hotel de Amesterdão, durante a sua visita de Estado aos Países Baixos, na presença do monarca neerlandês, Willem-Alexander, que considerou “muito simbólica” e “um testemunho da relevância que pessoalmente atribui a este tema, bem como da importância de reforçar a cooperação” bilateral.
“O setor azul representa uma grande parte das nossas economias e, de facto, já usufruímos de fluxos comerciais muito significativos na indústria marítima. Os Países Baixos são o segundo parceiro de Portugal neste domínio. E depois deste seminário, seremos os primeiros. Tenho a certeza, depende de vocês”, declarou.
Numa intervenção em inglês, também perante o ministro da Economia, Pedro Reis, e a ministra do Comércio Externo e Desenvolvimento dos Países Baixos, Reinette Klever, o chefe de Estado manifestou a expectativa de que este seminário resultasse em “pelo menos um ou dois acordos entre empresas, se não entre estados”.
“Podemos e queremos fazer ainda melhor. Em 2020, antes da crise energética que se seguiu à guerra da Rússia contra a Ucrânia, os nossos governos eram visionários neste domínio. Assinaram o memorando de entendimento sobre a sua intenção de ligar as centrais de hidrogénio de Portugal e dos Países Baixos, especialmente de hidrogénio verde”, referiu.
Marcelo Rebelo de Sousa realçou o projeto do chamado “corredor verde” entre os portos de Sines e de Roterdão, que espera “que em breve se torne realidade”, para “melhorar as interligações energéticas na Europa, mas também fora dela”, e contribuir para “equilibrar as influências asiáticas, tanto chinesas como singapurenses – só para dar dois exemplos”.
“É essencial para consolidar a autonomia energética”, defendeu. O Presidente da República mencionou que Portugal e os Países Baixos são “intervenientes importantes nos setores portuário e marítimo, mas também na construção e reparação naval, na tecnologia azul, na observação dos oceanos, na energia verde e nas energias renováveis offshore“.
“Há muito a fazer neste campo. O aprofundamento da cooperação entre as nossas empresas, institutos de investigação e universidades traria grandes e profundas vantagens económicas. Mas é também uma necessidade existencial fazê-lo de forma sustentável, à medida que nos esforçamos para alcançar o nosso objetivo comum na luta contra as alterações climáticas e na proteção dos oceanos e rios”, considerou.
Esta terça de manhã, o Presidente da República foi recebido pelos reis dos Países Baixos, Willem-Alexander e Máxima, numa cerimónia de boas-vindas realizada no exterior do Palácio Real de Amesterdão, onde está alojado. A seguir, depositou uma coroa de flores no monumento nacional e teve um almoço privado com os reis.
A comitiva presidencial desta visita de Estado, que decorrerá até quarta-feira, com passagens por Amesterdão, Haia e Delft, inclui, além do ministro da Economia, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Inês Domingos, o líder parlamentar do CDS-PP, Paulo Núncio, e os deputados Eurico Brilhante Dias, do PS, Isaura Morais, do PSD, Marta Martins da Silva, do Chega, e Mário Amorim Lopes, da IL.
Os Países Baixos foram em 2023 o sétimo cliente das exportações portuguesas e o quarto fornecedor de importações. A balança comercial tem-se mantido desfavorável a Portugal, com um saldo negativo de 1,84 mil milhões de euros no ano passado.
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