Banco de Portugal revê em ligeira alta crescimento do PIB para 2,2% em 2025
Crescimento da economia portuguesa deverá situar-se em 1,7% em 2024 e 2,2% em 2025, com a melhoria das condições financeiras, a aceleração esperada da procura externa e entrada dos fundos europeus.
Além de ter revisto as projeções para o saldo orçamental, o Banco de Portugal (BdP) melhorou ligeiramente as previsões de crescimento económico para este ano e o próximo. A instituição liderada por Mário Centeno estima que o Produto Interno Bruto (PIB) avance 1,7% em 2024 e 2,2% em 2025, quando anteriormente estimava 1,6% e 2,1%, respetivamente.
Estas novas projeções constam do Boletim Económico de dezembro, divulgado esta sexta-feira. Enquanto isso, o Ministério das Finanças aponta para uma expansão de 1,8% este ano, mais otimista do que a do Banco de Portugal, e 2,1% em 2025, igual à estimativa de Centeno.
“Há uma revisão em ligeira alta das nossas previsões e prende-se com o impacto no curto prazo, em 2024 e 2025, da revisão que fazemos do consumo público e do investimento público”, disse Mário Centeno na conferência de imprensa de apresentação do Boletim Económico.
“Há uma revisão em alta de quatro décimas de impacto destas componentes, mitigadas pelo impacto seguinte daquilo não corre tão bem a nível global”, destacou também o governador.
O regulador bancário explica que “a atividade nos próximos dois anos reflete um enquadramento mais favorável, com a melhoria das condições financeiras, a aceleração esperada da procura externa e a maior entrada de fundos da União Europeia”.
No entanto, adverte que o enquadramento externo está sujeito a riscos significativos em baixa, de natureza económica e geopolítica. O BdP destaca que a orientação expansionista e pró-cíclica da política orçamental contribui igualmente para o maior dinamismo da atividade.
Solidez do mercado de trabalho e crescimento das exportações
No plano das previsões do Banco de Portugal para o mercado de trabalho, os números são positivos para o próximo ano. Os técnicos do banco central projetam que o emprego deverá “continuar a crescer, mas com um perfil de desaceleração”.
O Banco de Portugal diz ainda que “o emprego deverá aumentar 1,3% em 2024 e desacelerar progressivamente para 0,4% em 2027”, notando que “esta desaceleração acompanha a evolução mais contida da população em idade ativa — com saldos migratórios positivos, mas inferiores aos máximos registados no passado recente, e a manutenção de um saldo natural negativo — e aumentos marginais da taxa de atividade”. Apesar disso, “a taxa de desemprego deverá manter-se historicamente baixa”, acredita.
Ao nível dos salários, o Banco de Portugal indica que “o salário por trabalhador desacelera no período de projeção, acompanhando a diminuição das expectativas de inflação”, salientando que “após um aumento de 7,6% em 2024, o crescimento dos salários nominais deverá situar-se em 4,6% em 2025 e desacelerar para 3,7% em 2027”.
O Banco de Portugal aponta para um crescimento de 3,9% das exportações este ano e para um aumento médio anual de 3,2% entre 2025 e 2027, “num contexto de aceleração da procura externa, menor dinamismo do turismo e ganhos de quota progressivamente menores”.
No plano do investimento, as projeções presentes no Boletim Económico de novembro apontam para uma recuperação do dinamismo em 2025 e 2026, “com a melhoria das condições financeiras e das perspetivas globais e o estímulo dos fundos europeus”.
Para 2024, o Banco de Portugal projeta um crescimento de 0,5% da Formação Bruta de Capital Fixo, que “decorre sobretudo da componente pública, com o investimento empresarial e das famílias em habitação a continuarem a ser penalizados pela restritividade das condições financeiras e pela baixa confiança”. O banco central acrescenta que “a situação melhora em 2025–27 refletindo a redução adicional das taxas de juro”.
No plano da balança comercial, a instituição liderada por Mário Centeno aponta para um crescimento de 3,9% das exportações este ano e para um aumento médio anual de 3,2% entre 2025 e 2027, “num contexto de aceleração da procura externa, menor dinamismo do turismo e ganhos de quota progressivamente menores”.
Projeta um aumento de 3,8% das exportações de bens este ano (após uma contração de 1,5% em 2023) e um crescimento médio anual de 3,3% para o período entre 2025 e 2027. Já a desaceleração das exportações de turismo reflete, segundo o Banco de Portugal, “a normalização dos padrões de consumo global após a forte recuperação pós-pandemia da procura destes serviços”.
(Texto atualizado às 12h com declarações de Mário Centeno)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Banco de Portugal revê em ligeira alta crescimento do PIB para 2,2% em 2025
{{ noCommentsLabel }}