Centeno fora da corrida a Belém. “Não vou ser candidato à Presidência da República”

Governador do banco central garante estar empenhado em cumprir o mandato até ao fim e exclui-se da corrida à Presidência da República.

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, excluiu esta quarta-feira candidatar-se à Presidência da República em 2026. O responsável do supervisor bancário colocou assim fim ao tabu sobre se entra na corrida a Belém para suceder a Marcelo Rebelo de Sousa, após meses a ser apontado como um dos putativos candidatos.

Não vou ser candidato à Presidência da República. Não vou apresentar nenhuma candidatura à Presidência da República. Não está no meu horizonte que isso aconteça”, afirmou Mário Centeno, no programa “Grande Entrevista” da RTP3.

Mário Centeno afirmou que a decisão foi “muito amadurecida”, “pessoal” e tomada dentro do seu “círculo pessoal, da família” e daquilo que é visão “pessoal e profissional” de si mesmo e do que quer fazer no futuro. Questionado sobre se informou o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, o responsável do Banco de Portugal afirmou que comunicou a decisão “a um conjunto de pessoas” com as quais tem falado.

Não vou ser candidato à Presidência da República. Não vou apresentar nenhuma candidatura à Presidência da República. Não está no meu horizonte que isso aconteça.

Mário Centeno

Governador do Banco de Portugal

Esta decisão é a minha decisão face a todo o ciclo das presidenciais“, garantiu, quando questionado sobre a decisão se poderia alterar em julho, data em que termina o primeiro mandato à frente do regulador.

O ex-ministro das Finanças surgiu na sondagem mais recente como o terceiro “protocandidato” com maior potencial de voto (43%). Apesar de ainda não ter anunciado a candidatura às eleições presidenciais do próximo ano, Gouveia e Melo lidera a sondagem da Pitagórica para a TSF/Jornal de Notícias/TVI/CNN Portugal, divulgada esta semana. Entre os possíveis nomes ligados ao PS, Centeno tem a melhor prestação (32%) numa hipotética segunda volta frente a Gouveia e Melo (51%), empatando com Pedro Passos Coelho e vencendo Marques Mendes.

Mário Centeno considerou que existe “uma projeção na sociedade portuguesa” daquilo que é a sua função como governador e do cargo anterior de ministro das Finanças, no governo de António Costa. “São sondagens. Não quero nem sobre nem subvalorizá-las. São apenas isso, sondagens”, disse.

Obviamente fico satisfeito que haja uma avaliação com eco na população daquilo que tem sido o desempenho das minhas funções. Isso agrada-me, mas é só isso“, admitiu. No entanto, garante que “não foi um momento que tenha procurado” e que nunca fez focus grupos sobre o tema.

Garantiu assim que o seu foco é completar o mandato à frente do Banco de Portugal e reiterou a disponibilidade para um segundo mandato, uma decisão que será tomada pelo Governo de Luís Montenegro, com quem mantém uma relação tensa. “Nunca desempenhei as minhas funções para passar com dez. O foco é esse. A minha expectativa é irrelevante para o tema. Não está nas minhas mãos“, disse.

Nunca desempenhei as minhas funções para passar com dez. O foco é esse.

Mário Centeno

Governador do Banco de Portugal

Em novembro, Mário Centeno deixou a porta entreaberta a uma candidatura. “As mudanças acontecem, por vezes são inesperadas, noutras vezes são expectáveis”, respondeu numa conferência da CNN, quando questionado sobre o assunto, acrescentando: “Não temo a mudança, mas estou muito focado no meu trabalho, e a minha resposta é sempre a mesma: estou sempre focado no que estou a fazer no momento.”

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, considerou, em outubro, que Mário Centeno seria um “bom candidato”, sendo um “nome com grande qualidade política, com uma grande relação com as pessoas“. Porém, apontou António José Seguro, António Vitorino ou Ana Gomes como outros “bons” nomes.

(Notícia atualizada às 00h12 do dia 16 de janeiro com mais informação)

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