Governo acredita em acordo para “breve” com bombeiros sapadores

Este acordo vai garantir "aumentos remuneratórios consideráveis", disse Hernâni Dias, sem querer adiantar valores porque ainda não estão completamente fechados.

O ministro Adjunto e da Coesão Territorial disse esta terça-feira no Parlamento que um acordo como os bombeiros sapadores está para “muito breve”.

“Ao nível da carreira de bombeiros sapadores estamos a pouco tempo de poder assinar um acordo sobre esta matéria, após feitas várias reuniões com as estruturas sindicais”, revelou Manuel Castro Almeida, na comissão de Poder Local.

A estratégia do Governo foi dar prioridade à valorização das carreiras que “há mais tempo não eram mexidas”, explicou por seu turno o secretário de Estado da Administração Local, Hernâni Dias. Desde 2002 que esta carreira não era revista, também “porque, durante algum tempo, havia falta de diálogo”, disse. Mas agora após um “conjunto de reuniões estamos em condições de brevemente chegar a acordo com as estruturas sindicais”, garantiu.

Este acordo vai garantir “aumentos remuneratórios consideráveis”, disse Hernâni Dias, sem querer adiantar valores porque ainda não estão completamente fechados.

Esta terça-feira estava agendada mais uma reunião para permitir aos sindicatos que quisessem aprovar a proposta apresentada pelo Governo pudessem assinar o acordo, sendo que já adiantou que não vai apresentar mais nenhuma proposta aos bombeiros sapadores.

Segundo o Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS) a proposta apresentada pela secretaria de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, limitava-se “a uma atualização salarial entre 5% e 10%, num quadro de carreira estagnada há mais de duas décadas” e por isso já tinha anunciado que não ia assinar o acordo.

Mas os restantes sindicatos que apresentaram uma proposta conjunta – Sindicato Nacional dos Bombeiros Profissionais (SNBP), Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), Sindicatos dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML), Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL) e Frente Comum – ainda não anunciaram qual será a sua decisão.

Aguardamos que nos seja transmitido se aderem ao acordo ou não”, disse Hernâni Dias, precisando que “não deixa nenhuma estrutura sindical de fora”. “O Governo espera ainda poder chegar a acordo com todos”, disse, frisando que “as propostas apresentadas às diferentes estruturas sindicais são todas iguais”.

Na última reunião com a tutela, estas estruturas sindicais saíram do edifício sede do Governo, em Lisboa, sem prestar declarações aos jornalistas e aos bombeiros que aguardavam no exterior pelo fim do encontro e anunciaram que a decisão seria revelada em comunicado.

Na semana passada, o primeiro-ministro avisou que o Governo esgotou a sua capacidade negocial com as entidades representativas dos bombeiros sapadores e que avançará unilateralmente sem ter em conta as mais recentes aproximações se o impasse persistir.

Na última proposta apresentada aos sindicatos, o Governo propõe aumentos faseados até 2026 – um avanço em relação à proposta anterior, que tinha aumentos até 2027. Já em relação ao suplemento, a proposta mantém-se igual e passa por 20% do salário base de cada trabalhador com um aumento faseado – 10% em 2025, 5% em 2026 e 5% em 2027.

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