Associação de agências de viagens considera “inaceitável” proposta da ANA de subir taxas

  • Lusa
  • 17:04

Miguel Quintas, presidente da Associação Nacional de Agências de Viagens, considera que o aumento das taxas aeroportuárias irá retirar competitividade ao turismo português.

A Associação Nacional de Agências de Viagens (ANAV) considerou hoje “inaceitável” o aumento progressivo das taxas aeroportuárias proposto pela ANA Aeroportos e alerta que pode levar à perda de competitividade do país como destino turístico.

Esta proposta da ANA é inaceitável. O Turismo em Portugal merece ter um novo aeroporto há demasiado tempo, mas soluções que, por vezes, procuram atalhos podem levar a injustiças num setor que já tem sido suficientemente castigado com este atraso na construção do novo aeroporto”, defende Miguel Quintas, presidente da ANAV, citado num comunicado hoje divulgado.

Para financiar o novo aeroporto de Lisboa, um investimento total estimado de 8,5 mil milhões de euros, a ANA propôs aumentar as taxas aeroportuárias progressivamente de 2026 até 2030 e alargar o prazo da atual concessão por mais 30 anos, ou seja, até 2092.

Para a associação, esta proposta, a concretizar-se, significaria perda de parte da competitividade de Portugal como destino turístico.

“Apesar dos bons resultados do turismo nacional, a carga fiscal e os custos de contexto deixam Portugal cada vez menos competitivo face aos mercados internacionais“, sustenta.

Além disso, segundo os números destacados pela ANAV, que diz ter 90 associados, as taxas aeroportuárias de Lisboa já são mais caras, em média 30%, do que as de Madrid.

“Sendo Portugal um país periférico, este desnível é ainda mais acentuado. Aumentar estes custos reduz, consequentemente, ainda mais a competitividade de Lisboa como destino turístico”, alerta a entidade liderada por Miguel Quintas.

Para a associação que representa as agências de viagens, “o financiamento de um novo aeroporto não deverá ser realizado com o prejuízo das gerações presentes com o sacrifício de um ecossistema que pode não ser beneficiado com a construção dessa mesma infraestrutura“.

Com os atuais moldes propostos pela concessionária dos aeroportos, o financiamento seria suportado “por apenas algumas entidades externas, privadas ou não, gerando desequilíbrios em todo setor de turismo no que diz respeito à sua contribuição para a construção de um novo aeroporto”, defende.

Considerando esta proposta “inaceitável”, a ANAV recomenda “fortemente a avaliação de outras possíveis soluções para o investimento em causa e que já se praticam noutros países e cidades do mundo”, dando como exemplo a realização de concursos públicos abertos a entidades internacionais que permitissem a participação de operadores externos.

O relatório inicial entregue pela ANA ao Governo em 17 de dezembro prevê que o aeroporto Luís de Camões custe 8,5 mil milhões de euros, dos quais 7 mil milhões financiados através da emissão de dívida.

A proposta da empresa liderada por Thierry Ligonnière prevê que o arranque da infraestrutura, com capacidade para 45 milhões de passageiros, mais dez milhões do que o Humberto Delgado, ocorra em 2037. No melhor dos cenários, poderá ser antecipada para 2036.

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