Tecnológica do Porto abre escritórios em mais sete países para duplicar vendas

A Sisqual, criadora de software para gerir e otimizar a força de trabalho, vai instalar equipas na Alemanha, França, Itália, Países Baixos, Turquia, México e Colômbia.

A tecnológica Sisqual vai investir 3,5 milhões de euros para abrir sete escritórios na Alemanha, França, Itália, Países Baixos, Turquia, México e Colômbia. Calculando ter mais de mil clientes, a empresa do Porto tem atualmente presença direta em dez geografias, emprega 130 pessoas e gera um volume de negócios a rondar os dez milhões de euros.

“Pretendemos alcançar os 20 milhões de euros de faturação com a expansão para estas novas localizações”, contabiliza o CEO da Sisqual. Em declarações ao ECO, Frederico Magalhães aponta que este plano vai obrigar a contratar 20 pessoas, além de outros dez funcionários em regime remoto para a parte tecnológica de software.

Fundada em 1992, a empresa desenvolveu uma ferramenta de gestão de mão-de-obra e produtividade direcionada para os mercados da saúde, retalho e serviços. Frederico Magalhães explica que a Workforce Management se destina a empresas que trabalhem quase todos os dias do ano, como hotéis, hospitais, transportes ou supermercados.

Com escritórios em Portugal, Brasil, Espanha, Reino Unido, Arábia Saudita e Polónia, este software já é usado em mais de 600 hospitais de quatro países (Portugal, Brasil, Arábia Saudita e Espanha). Entre os “clientes de peso” estão o Serviço Nacional de Saúde (SNS), Cortefiel, Galp, Leroy Merlin, Cimpor, Altice, Pine Cliffs, Sheraton, Mercadona ou o grupo Sonae (Continente, Wells, Zippy, Worten e Sport Zone).

“Todos os hospitais académicos em Portugal são nossos clientes, e temos grupos de saúde privados”, sublinha Frederico Magalhães, que foi professor de robótica na Cranfield University. O líder da tecnológica aponta que saúde e retalho alimentar pesam 80% no volume de negócios, com os clientes portugueses e brasileiros a valerem 80% da faturação.

Frederico Magalhães, CEO da Sisqual Sisqual

No ano passado, a nortenha Sisqual vendeu o software Workforce Management à dona alemã da Makro, que está presente em 24 países do Velho Continente. “A nossa tecnologia é usada nos milhares de supermercados do Grupo Metro AG pela Europa fora “, refere o empreendedor de 65 anos.

“O que nós fazemos é dimensionar e gerir a forma de trabalho”, explica. Frederico Magalhães dá o exemplo dos hipermercados, com equipas grandes e dispersas, em que o sistema apura quantas caixas de pagamento devem estar a funcionar a cada hora do dia e a cada dia da semana, assim como o número ideal de trabalhadores em determinada secção.

“Agarramos no histórico dos talões – quantos mais anos [tivermos] melhor – e é a Sisqual que diz ao hipermercado quantas pessoas vão entrar na porta a cada 30 minutos e onde se vão dirigir”, acrescenta o gestor. “Com esses dados temos de dimensionar cada uma das secções e distribuímos as tarefas pelos trabalhadores”, completa. E com esta ferramenta, os salários são processados automaticamente, tendo em conta horas extras, compensações e faltas.

Agarramos no histórico dos talões – quantos mais anos [tivermos] melhor – e é a Sisqual que diz ao hipermercado quantas pessoas vão entrar na porta a cada 30 minutos e onde se vão dirigir.

Frederico Magalhães

CEO da Sisqual

 

Sublinha, por outro lado, a capacidade de gerir os horários dos trabalhadores, que podem deixar notas através de uma aplicação, tendo em conta as suas “necessidades pessoais”. “Temos sempre isso em conta quando geramos os horários”, relata o líder da tecnológica portuense, formado em Engenharia Mecânica e doutorado em Robótica na Cranfield University.

A solução pode custar aos clientes da Sisqual entre um a quatro euros por trabalhador, sendo que a média é de 2,5 euros. “O valor depende sempre do número de funcionalidades que os clientes têm acesso”, explica Frederico Magalhães, acrescentando que a solução “dificilmente” compensa para as empresas com menos de uma centena de trabalhadores.

Antes de criar este sistema “inovador” para gerir e otimizar a força de trabalho, começou em 1992 por recolher dados fabris, que permitiam às empresas acompanhar a produção em tempo real. No entanto, percebeu que os clientes estavam mais interessados em recolher dados das pessoas, como faltas, horas extraordinárias e compensações.

Consciente desta lacuna e a pedido dos clientes, Frederico Magalhães transformou a Siqual numa empresa de gestão da força de trabalho. E em 2003 criou a primeira solução Workforce Management para as lojas do Gato Preto e para a Cruz Vermelha Portuguesa.

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