Duas faces da mesma moeda
Muitos dos que trocam de trabalho referem que a inexistência de ligação emocional à própria empresa também os leva a sair. Cabe, portanto, à comunicação interna a tarefa de fazer a ponte.
Peter Drucker, considerado por muitos o “pai” da gestão moderna, teria afirmado um dia que “a cultura come a estratégia ao pequeno-almoço”. Esta é uma frase amplamente citada e que se enquadra, na perfeição, o momento em que os gestores reconhecem a urgência em alavancar o espírito corporativo das suas organizações.
Se tivermos como ponto de partida a frase de Drucker, uma das leituras que podemos fazer é a de estarmos perante uma dicotomia entre o que é expectável e o que é efetivo ou, por outras palavras, por muito boa que seja a estratégia, esta só consegue vingar se a organização – no seu todo – entender e estiver motivada para avançar.
Esta motivação não se relaciona apenas com o aumento de ordenado, mas assenta sobretudo na consideração que as empresas têm pelos seus colaboradores, ou pelo menos, na perceção que as pessoas têm relativamente a esta relação. Neste caso, o sentimento de pertença, a necessidade de estarem bem informados relativamente à empresa ou que a sua opinião é tida em conta são fatores que contribuem para fazer destas pessoas os principais embaixadores da organização no exterior. Ao entenderem a realidade, vão, com toda a certeza, defendê-la.
Cientes disto mesmo, é cada vez maior o número de empresas que entendem a necessidade de apostar na comunicação interna como uma das formas mais eficazes de estreitar a relação com os seus colaboradores e, desta forma, trabalhar a cultura empresarial.
Simultaneamente, ao promover o espírito corporativo, a comunicação interna tem a capacidade de divulgar o trabalho desenvolvido nas diversas áreas, mostrar o que as pessoas fazem, garante que a informação circula e que, no limite, todos percebem as diversas atividades da empresa, assim como interiorizam qual a missão e os valores que são defendidos.
Com as empresas a terem muitas dificuldades em reter talentos, estudos indicam que o descontentamento com o salário não é o único fator que leva as pessoas a procurarem um novo emprego. Muitos dos que trocam de trabalho referem que a inexistência de ligação emocional à própria empresa também os leva a sair.
Cabe, portanto, à comunicação interna a tarefa de fazer a ponte entre os colaboradores e as administrações, ser proativa e dinâmica ao ponto de puxar para si a responsabilidade de trabalhar a cultura da empresa e, desta forma, garantir que a estratégia vai ser a correta.
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