BPI lucra valor recorde de 588 milhões e vai dar até 75% ao acionista
Apesar da descida das taxas, BPI registou em 2024 "o maior resultado de sempre". Atividade em Portugal contribuiu com 556 milhões de euros, mais 15% em comparação com o ano anterior.
O BPI registou lucros de 588 milhões de euros em 2024, subindo 12% em comparação com o ano anterior. “Foi o maior resultado de sempre”, anunciou o CEO João Pedro Oliveira e Costa esta quinta-feira em conferência de imprensa, revelando que entre 55% e 75% do resultado irá para o acionista Caixabank.
“Foi um resultado acima do que esperávamos. Resultou de mais negócio e de uma queda mais lenta das taxas de juro do que aquela que prevíamos”, explicou aos jornalistas.
“O tema [dos dividendos] ainda não foi abordado. É tema da assembleia geral do acionista. Diria que a expectativa de acordo com o payout médio dos últimos anos. Entre 55% e 75%, aquilo que o grupo tem vindo a distribuir”, adiantou João Pedro Oliveira e Costa. Contas feitas, entre 320 milhões e 440 milhões de euros irão para o acionista espanhol.
Portugal contribuiu com 556 milhões de euros, com o resultado a subir 15%. Já as operações em Angola e Moçambique deram menos: o BFA lucrou 39 milhões, menos 5%, e o BCI deu menos 3%. João Pedro Oliveira e Costa deu conta da preocupação com os acontecimentos em Moçambique.
Margem sobe 4% mas está a travar
Apesar da descida das taxas de juro ao longo de 2024, a margem financeira subiu 4% para 977 milhões de euros, mas o banco já sentiu um forte travão no final do ano passado que deverá ser mais sentido este ano. As comissões aumentaram 12% para 327 milhões, ajudando o produto bancário a superar os 1,3 mil milhões de euros (+12% em termos anuais).
Os custos operacionais baixaram 1% para 490 milhões, o que permitiu sustentar os resultados e ainda uma melhoria do rácio de eficiência para os 37%, três pontos percentuais abaixo do final de 2023.
Um milhão de clientes digitais
Para o aumento da receita contribuiu a subida do volume de negócios. Nomeadamente a carteira de crédito que cresceu 3% para os 31,1 mil milhões de euros, com os empréstimos da casa a subirem 5% para 15,2 mil milhões (compensando a quebra no crédito pessoal). Já o crédito às empresas aumentou 4% para 12 mil milhões.
No lado dos recursos, os depósitos aumentaram 4% para 30,5 mil milhões de euros, sendo que os recursos fora de balanço tiveram uma subida mais expressiva: mais 10% para 9,5 mil milhões.
O banco destaca ainda que atingiu a “marca mágica” de um milhão de clientes digitais.
750 pedidos ao abrigo da garantia pública
O banco revelou ainda que tem 750 pedidos de jovens para aceder ao mecanismo da garantia pública no crédito à habitação, correspondendo a 140 milhões de euros em empréstimos. O administrador Francisco Matos explicou que 40% destes pedidos já foram aprovados pelo banco, sendo que decisão final está agora do lado dos clientes.
“Este processo iniciou-se no começo do ano. Por essa razão os níveis de contratação no sistema não são ainda relevantes. No BPI, 40% dos pedidos feitos estão agora do lado dos clientes em reflexão, a obter documentos, decisão de escritura”, explicou Francisco Matos.
(Notícia atualizada às 11h47)
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