Quase três em cada dez empresas desaparecem no primeiro ano

Grande parte das novas empresas desaparece nos primeiros anos após a sua criação. A proporção de sobrevivência após um ano é de 73,6% e após três anos é de 48,9%. Em 2023, nasceram 246.741 empresas.

Perto de três em cada dez novas empresas não sobrevivem ao primeiro ano e mais de metade desaparece antes de completar o terceiro aniversário, revela o Instituto Nacional de Estatística (INE). Em 2023, nasceram em Portugal 246.741 empresas, que empregaram perto de 289 mil pessoas.

O número de empresas ativas em Portugal aumentou em 2023, com o número de novas empresas a superar as que desapareceram no mesmo ano. Segundo o INE, no final de 2023 havia 1.526.926 empresas em atividade, sendo que 246.741 foram criadas nesse ano, o que representa um aumento de 6,3% face a 2022. No mesmo período, estima-se que o número de mortes tenha atingido 175.457 empresas (+0,1%), um crescimento inferior ao dos nascimentos.

“A proporção de empresas sobreviventes um ano após o nascimento fixou-se em 73,6% (-1,9 p.p. face a 2022) e as sobreviventes três anos após o nascimento corresponderam a 48,9% (+0,4 p.p. em relação ao ano anterior)”, detalha o INE no comunicado divulgado esta quinta-feira.

Em 2023, o nascimento de empresas individuais cresceu 6%, ascendendo a 200.355 empresas, enquanto o nascimento de sociedades aumentou 7,4% (+28,1% e +9,3% em 2022, respetivamente). Apesar disso, o número de nascimentos de sociedades ainda se encontra abaixo do valor registado no período pré-pandemia (-0,4% comparativamente a 2019).

As novas empresas empregaram, em 2023, 288.912 pessoas e geraram 4.691 milhões de euros de volume de negócios, um crescimento de 8,8% e 2,3% face ao ano anterior. “Em termos líquidos, diferença entre os nascimentos e mortes, registou-se um saldo positivo no número de empresas, do pessoal ao serviço e do volume de negócios”, sintetiza o instituto.

No que toca a sociedades de elevado crescimento, designadas gazelas, em 2023 existiam 6.949 sociedades, mais 23,3% que no ano anterior, representando 12,5% do total das sociedades não financeiras com dez ou mais pessoas remuneradas, 19,3% do pessoal ao serviço, 14,5% do volume de negócios e 18,4% do valor acrescentado bruto (VAB).

O número de sociedades não financeiras jovens de elevado crescimento, designadas gazelas, aumentou 8,3% em 2023 (10,8% em 2022), totalizando 665 sociedades. O conjunto das gazelas foi responsável por um VAB de 1.309 milhões de euros, mais 177 milhões de euros, correspondendo a 1,2% do total das sociedades não financeiras com dez ou mais pessoas remuneradas (valor idêntico ao do ano anterior), revela o INE.

Transportes e armazenagem lidera aumentos

Os setores dos outros serviços, construção e atividades imobiliárias, comércio e alojamento e restauração concentraram o maior número de nascimentos de empresas (58,0%, 8,9%, 8,5% e 7,5%).

“Entre os setores com um aumento no nascimento de empresas, destacaram-se os transportes e armazenagem, a informação e comunicação e o alojamento e restauração, com aumentos de 53,4%, 11,8% e 11,3% face a 2022, respetivamente. Já a indústria e energia registou uma descida no número de nascimento de empresas, de 11% face ao ano anterior.

No que se refere às mortes de empresas, estima-se que os outros serviços, o comércio e a agricultura e pescas registaram o maior número de situações (57,8%, 10,5% e 8,0%). O setor dos transportes e armazenagem evidenciou um maior crescimento no número de mortes entre 2022 e 2023 (+17,8%), seguido da Informação e comunicação (+11,8%), acrescenta o INE.

 

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