Pedro Duarte adia decisão sobre candidatura à Câmara do Porto para a Primavera
O ministro dos Assuntos Parlamentares adia decisão sobre candidatura à câmara do Porto para a primavera, mas colhe grande apoio num almoço-conferência na cidade.
O ministro dos Assuntos Parlamentares empurrou para a primavera a decisão de se candidatar à câmara do Porto quando interpelado esta sexta-feira, por um dos participantes de um almoço-convívio no Palácio da Bolsa, no Porto, onde participou. Apesar de sentir apoio dos presentes, Pedro Duarte justificou o “nim” à candidatura com a sua atual “missão” no Governo, onde não pode estar “com um pé dentro e outro fora”.
“Eu não nego que tenha sentido muitos apelos, mas todos compreenderão que o meu sentido de responsabilidade me obriga a tomar uma decisão que não é só por razões externas e por pressões externas ou vontades externas“, frisou o ministro à margem das “Conversas na Bolsa”, uma iniciativa da Associação Comercial do Porto, conhecida como o “Senado da cidade” e liderada por Nuno Botelho.
Considerado um dos favoritos do PSD para uma candidatura ao município da Invicta, a par de José Pedro Aguiar-Branco, o ministro dos Assuntos Parlamentares voltou a afirmar que não descarta a hipótese de se candidatar, mas empurrou o anúncio da decisão para a primavera – faltam menos de dois meses. “Parece-me evidente que, em tese, não descarto. Mas há uma reflexão que ainda não foi feita“, do próprio e do partido, assinalou.
“É uma decisão que é muito individual, porque se não houver a minha vontade, evidentemente nada vai acontecer; e há depois é uma decisão que tem que ser tomada, desde logo, pelo primeiro-ministro e Presidente do PSD [Luís Montenegro] e pelos órgãos do partido”, notou.
Parece-me evidente que, em tese, não descarto. Mas há uma reflexão que ainda não foi feita.
Argumentando que não ser o momento adequado para o fazer, o governante explicou: “O PSD já estabeleceu um calendário para este tipo de decisões e, portanto, na primavera – não falta muito tempo –, o PSD tomará decisões a esse respeito. E nessa altura, eu próprio também farei a minha reflexão”.
Por enquanto, outros valores ou “missão” no Governo como qualificou a sua função, falam mais alto. “Encaro a missão que estou a desempenhar como serviço público, uma missão patriótica e isso não permite que esteja com um pé dentro e outro fora, [uma situação] que não é compatível para mim”, reiterou.
Ainda assim, o ministro elogiou a cidade, considerando “extraordinariamente relevante por todas a razões. É uma aposta forte, uma candidatura que extravasa as fronteiras do partido. A cidade merece”.
Entretanto, já foram confirmadas as candidaturas à Câmara do Porto de Manuel Pizarro, pelo PS, de Diana Ferreira, pela CDU, e do ex-presidente da autarquia Nuno Cardoso.
Interpelado pelos jornalistas sobre a entrada do ex-presidente do PSD, Luís Marques Mendes, na corrida a Belém – que será oficializada na próxima semana em Fafe –, Pedro Duarte considerou-o um “excelente candidato”, afirmando mesmo que acolhe consenso no seio do partido.
“Mesmo dentro do PSD há alguma consensualidade de que o Dr. Marques Mendes tem todas as condições para ser um excelente candidato e até mais do que isso, para ser um excelente Presidente da República“. Aliás, não faltam qualidades ao antigo líder do PSD e conselheiro de Estado, desde logo, “uma grande experiência política, o que é muito importante no exercício do cargo de Presidente da República“, apontou.
Acrescem ainda as “características de lucidez e sensatez política que lhe permitirão enquanto Presidente da República ser um ponto de equilíbrio na nossa sociedade”.
O ministro dos Assuntos Parlamentares aproveitou a oportunidade para deixar um recado aos partidos da oposição: “Tudo faremos para evitar a bipolarização em que muitas das nossas forças políticas querem entrincheirar o país”.
Aliás, destacou, o PS só viabilizou o Orçamento de Estado “porque se viu obrigado”. “Toda aquela novela a que assistimos, que precedeu a votação do Orçamento, acho que mostrou que se houvesse a mínima oportunidade, o mínimo pretexto para causar uma crise política, o Partido Socialista tê-lo-ia feito. Portanto, acho que isto, infelizmente, é uma marca já muito clara da atual liderança do Partido Socialista.”
Durante o seu discurso, o ministro reafirmou que, perante o crescente aumento da tendência extremista na política, “o Governo mantém-se no centro, de forma moderada, tolerante, equilibrada, a tentar unir a sociedade portuguesa”.
Aliás, sublinhou, “de um lado, à direita, tenta-se imitar, de forma primária, o pior que os populistas têm trazido para a vida pública das sociedades ocidentais. Cultiva-se o ódio e a divisão entre as comunidades”, e à esquerda “assistimos a um deslocamento dos seus moderados para a margem mais radical”.
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