Dona da Super Bock investe mais 200 milhões até 2030 e já ‘bebe’ 20% no estrangeiro
Grupo de bebidas liderado por Rui Lopes Ferreira já executou mais de um terço do plano de investimentos de 300 milhões até 2030, focado na descarbonização, modernização e expansão das operações.
O Super Bock Group mantém uma visão otimista para o negócio em 2025 e prevê prosseguir o seu plano de investimentos de 300 milhões de euros para esta década. Uma importante fatia deste montante — mais de um quarto do total — será direcionada para acelerar a descarbonização, com a empresa de bebidas sediada em Leça do Balio a reservar um envelope de 80 milhões de euros para atingir a neutralidade carbónica até 2030. Outros investimentos incluem a modernização e a expansão do grupo, que já vende 20% no estrangeiro.
“O nosso plano de investimentos global para esta década é de 300 milhões de euros, até ao final de 2030. Já estão executados mais de 100 milhões“, adiantou ao ECO Rui Lopes Ferreira, presidente executivo do grupo que detém marcas como Super Bock, Vitalis, Pedras ou Frutea. O gestor refere que se trata de “um plano de investimentos robusto, sendo que os 80 milhões [anunciados no âmbito da estratégia de descarbonização do grupo] estão englobados neste plano. Outros são investimentos de modernização ou de expansão”, referiu.
![](https://ecoonline.s3.amazonaws.com/uploads/2025/02/rui-lopes-ferreira-super-bock-group-scaled.jpg)
No que diz respeito à descarbonização, o CEO do grupo salienta que o investimento para prosseguir o roteiro de descarbonização que tinha sido definido em 2022 era de “valor substancialmente mais pequeno e apenas endereçava o tema da energia”. Tal como explicou o líder da empresa, este investimento “agora tem uma perspetiva muito mais abrangente, com todo o impacto ambiental que as emissões diretas têm”.
Apesar deste investimento para reduzir a pegada ecológica ter sido anunciado apenas no final da semana passada, na presença do ministro da Economia, Pedro Reis, “dos 80 milhões, cerca de 30 milhões já estão executados”, contabilizou Rui Lopes Ferreira. O Super Bock Group é detido em 56% pela Viacer, controlada por Manuel Violas, e em 44% pela Carlsberg.
Reforçar peso das exportações
Rui Lopes Ferreira realça ao ECO que o grupo nortenho pretende seguir uma estratégia focada em “reafirmar a liderança no mercado português e crescer nos mercados externos”, onde já faz cerca de 20% das vendas totais. Uma percentagem que diz querer aumentar, mas sem pressão.
“Temos como ambição reforçar a componente externa”, reconhece o líder do Super Bock Group, notando, porém, que “construir marca é [um processo] lento, [que] exige muito esforço, tempo, resistência e investimento”. Logo, acrescenta, o peso externo no volume de negócios “vai crescendo de uma forma consistente, mas lenta”.
Já não vendemos apenas às comunidades portuguesas. A nossa operação já extravasa o que é o mercado da saudade. Já temos consumidores locais e com uma presença interessante.
Em termos de mercados, o grupo que em 2018 chegou a criar uma cerveja para o mercado chinês, está agora mais focado na Europa. “Temos uma posição interessante nos mercados africanos de expressão portuguesa, mas estamos mais focados nos países europeus onde estamos a construir a marca Super Bock”, explica o CEO da empresa de bebidas.
“Em França e na Suíça, por exemplo. Já não vendemos apenas às comunidades portuguesas. A nossa operação já extravasa o que é o mercado da saudade. Já temos consumidores locais e com uma presença interessante”, sublinha.
Quanto a resultados, escusando-se a revelar números concretos, Rui Lopes Ferreira refere que “2024 foi um ano que fechou bem”. “Estamos otimistas e confiantes para 2025. A economia portuguesa continua a ter um desempenho interessante, tem estado a dar mostras de um bom comportamento e boa resiliência a estes riscos mais geoestratégicos que nos rodeiam”, destaca.
Tivemos um 2024 que nos deixou satisfeitos e que nos permite continuar a ser ambiciosos também nestes planos.
“Com a economia portuguesa a funcionar bem, nós, que somos uma empresa de bens de consumo, temos uma boa perspetiva para 2025. Tivemos um 2024 que nos deixou satisfeitos e que nos permite continuar a ser ambiciosos também nestes planos” de investimento, remata o gestor do grupo cervejeiro, que nos últimos anos não tem divulgado publicamente os resultados da sua atividade.
Em relação à escalada dos riscos geopolíticos, com Donald Trump a carregar nas tarifas, o líder do grupo de bebidas diz que “é evidente que olhamos com alguma preocupação para todos estes riscos que nos rodeiam”. Mas “como não podemos fazer nada para contrariar isso, o melhor é não pensar muito”, completa. “É fazer o nosso trabalho e andar para a frente porque esses riscos geoestratégicos dependem muito pouco de nós”, reforça.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Dona da Super Bock investe mais 200 milhões até 2030 e já ‘bebe’ 20% no estrangeiro
{{ noCommentsLabel }}