Portugal financia-se em 1.496 milhões em dívida de longo prazo
A colocação de dívida foi realizada esta quarta-feira através de três leilões de dívida a 9, 17 e 27 anos, que contaram com uma procura de quase o dobro da oferta.
A Agência de Gestão de Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) realizou esta quarta-feira três leilões de dívida através de três linhas obrigacionistas a 9, 17 e 27 anos, que permitiram ao Tesouro financiar-se em 1.496 milhões de euros, apesar de ter recebido ofertas de quase 3 mil milhões de euros para as três linhas, quase o dobro da oferta. O IGCP tinha como montante indicativo global um valor entre 1.250 milhões e 1.500 milhões de euros.
O leilão a 9 anos, utilizando através da linha obrigacionista com maturidade a 18 de abril de 2034, a República conseguiu financiar-se em 516 milhões de euros ao preço de 2,79%, tendo contado com uma procura 2,1 vezes acima da oferta.
A operação a 17 anos, utilizada através da obrigação do Tesouro com maturidade a 11 de abril de 2042, resultou num financiamento de 489 milhões de euros por via de uma yield de 3,342% e numa procura 1,9 vezes acima da oferta.
Por fim, no leilão de maior maturidade, a 27 anos, o IGCP colocou no mercado 491 milhões de euros através da linha obrigacionista com vencimento a 12 de abril de 2052, que contou com um preço de 3,433% e numa procura 1,73 vezes acima da oferta.
“Estas taxas situam-se dentro dos níveis médios registados por Portugal nos últimos meses”, refere Filipe Silva, diretor de investimentos do Banco Carregosa, notando ainda que “as maturidades mais longas refletem as expectativas de vários cortes de taxas por parte do Banco Central Europeu.”
As linhas e maturidades dos leilões desta quarta-feira foram determinadas pelo IGCP de acordo com as linhas do programa de financiamento da República em 2025 e o nível de procura dos investidores para os títulos de dívida.
No último ano, Portugal não fez qualquer operação com estas maturidades, o que dificulta a base de comparação. No entanto, em 2024, o IGCP recorreu às mesmas linhas para emitir dívida. No caso da linha com vencimento a 18 de abril de 2034, o leilão decorreu a 13 de novembro e resultou na emissão de 577 milhões de euros pelo preço de 2,851% e contou com uma procura 2,03 acima da oferta.
No caso da obrigação com maturidade a 11 de abril de 2042, o IGCP recorreu a este título para colocar no mercado um 516 milhões de euros através de um leilão a 13 de março, que resultou numa yield de 3,262% e numa procura equivalente a 1,54 vezes a oferta.
Já através da linha com vencimento a 12 de abril de 2052, o IGCP emitiu 531 milhões de euros por via de um leilão há cerca de um ano, a 14 de fevereiro, que contou com uma yield de 3,568% e numa procura equivalente a 2,13 vezes a oferta.
Os leilões realizados esta manhã foram realizados ainda pela equipa liderada por Miguel Martín, que apesar de o seu contrato ter terminado no final do ano passado mantém-se como presidente do IGCP, em função da dificuldade de o Governo constituir um novo conselho de administração para o instituto público.
(Texto atualizado às 11h46 com declarações de Filipe Silva)
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