Metade dos empresários prefere descer outros impostos antes do IRC

Inquérito realizado pela AIP mostra ainda que a grande maioria das empresas portuguesas preferia uma redução do IRC para 17% em vez da manutenção dos 83 benefícios fiscais que subsistem.

Independentemente da dimensão do negócio e do setor em que atuam, mais de nove em cada dez empresários portugueses defende a descida do IRC. Segundo o mais recente inquérito realizado pela Associação Industrial Portuguesa – Câmara de Comércio e Indústria, a maioria (67%) gostava que a taxa baixasse para os 15%.

Ainda assim, apesar de o IRC ser apontada por 51% como a “prioridade para as empresas” em matéria de impostos, metade dos inquiridos preferiam que o Governo começasse por reduzir outras tributações: nos prémios de desempenho (31%), nas tributações autónomas (30%) e no trabalho extraordinário (30%).

Outro dado em destaque no Inquérito de Contexto Empresarial sobre a Política Fiscal, referente ao quarto trimestre de 2024, é que a grande maioria das empresas consultadas privilegiaria a redução de IRC para 17% em troca dos 83 benefícios fiscais que subsistem em sede de IRC.


Os dados publicados esta quinta-feira pela associação presidida por José Eduardo Carvalho, reeleito há um ano para o cargo, mostram que três em cada quatro empresas concordam que “a progressividade do IRC, particularmente através da derrama estadual, é prejudicial à competitividade empresarial e ao investimento”.

A receita com o IRC superou todas as expectativas em 2024 e ultrapassou pela primeira vez os 10 mil milhões de euros. De acordo com os dados divulgados recentemente pela Direção-Geral do Orçamental (DGO), o Estado arrecadou um novo máximo com o imposto que incide sobre o lucro das empresas – e mais 25,5% do que esperava.

Para este inquérito, realizado entre 12 de outubro e 11 de novembro de 2024, foram auscultadas 523 sociedades comerciais em todo o território nacional (metade delas exportadoras), sendo 3% de grande dimensão, 8% médias, 45% pequenas e 44% microempresas. Em termos setoriais, a amostra dividiu-se entre indústria (47%), serviços (26%), comércio (14%), construção (7%), agricultura (3%), alojamento e restauração (2%) e transportes e armazenagem (1%).

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