Jack Ma reaparece cinco anos depois num evento público com o Presidente da China

  • Lusa
  • 17 Fevereiro 2025

Queda de Ma remonta ao final de 2020, quando proferiu um discurso polémico, no qual atacou a estratégia de Pequim para minimizar os riscos no sistema financeiro e os bancos tradicionais.

Jack Ma, fundador do gigante do comércio eletrónico Alibaba, reapareceu esta segunda-feira, num evento oficial promovido pelo Presidente chinês, Xi Jinping, após se ter mantido longe dos holofotes desde 2020, na sequência de atritos com as autoridades.

Um vídeo divulgado pelo canal de televisão estatal CCTV mostra Ma a aplaudir, antes da entrada de Xi e de outros líderes do Partido Comunista da China (PCC), no início de um simpósio invulgar com executivos do setor privado, incluindo empresas como a Tencent, BYD, Huawei e DeepSeek.

A queda de Ma remonta ao final de 2020, quando proferiu um discurso polémico, no qual atacou a estratégia de Pequim para minimizar os riscos no sistema financeiro e os bancos tradicionais, que, segundo ele, eram geridos como “casas de penhores”.

Dias depois, os reguladores chineses forçaram a suspensão da entrada em bolsa da subsidiária fintech (tecnológica financeira) da Alibaba, a Ant Group, operadora da popular plataforma de pagamentos Alipay.

O negócio, que descarrilou apenas 36 horas antes da data prevista para a sua realização, deveria ter sido a maior entrada em bolsa da história, permitindo à empresa arrecadar 34,5 mil milhões de dólares (quase 33 mil milhões de euros).

Até então, Ma era o homem mais rico da China — é agora o oitavo com uma fortuna de 27,2 mil milhões de dólares (quase 26 mil milhões de euros), menos 44% do que em 2021. O empresário não só era o grande rosto visível do desenvolvimento do setor privado no país asiático, como também era considerado praticamente intocável.

Depois das disputas com Pequim, Ma manteve-se discreto, a ponto de se especular que as autoridades o teriam proibido de sair do país ou que teria sido detido.

A mudança, segundo os especialistas, chegou no início de 2023, quando o Ant Group cumpriu uma das principais exigências de Pequim: dissolver o poder de voto de Ma, o que muitos analistas interpretaram como o fim de uma campanha reguladora que tinha resultado em multas antimonopólio contra a Alibaba e outras empresas proeminentes como a Tencent ou a Didi, a “Uber chinesa”.

Nas palavras da empresa de consultoria Trivium China: “A campanha começou com Jack Ma e termina com Jack Ma”.

Em março do mesmo ano, o empresário reapareceu na China após notícias de que se tinha mudado para o exterior, e os especialistas anteciparam que Pequim esperava que o seu regresso servisse para estimular os esforços do Governo para recuperar a confiança do setor privado.

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