Portuguesa Sinergeo usa IA para ajudar a encontrar novos minerais

A inteligência artificial pode ajudar a identificar áreas com possíveis recursos minerais e aumentar a eficiência do processo de prospeção, argumenta o cofundador da Sinergeo.

Bruno Pereira, Jorge Oliveira e João Azevedo estudaram Geologia na Universidade do Minho. Em 2006, dois anos depois de terem terminado os estudos, voltaram a juntar-se para fundar a Sinergeo. Quase duas décadas depois, o trio está convicto que a inteligência artificial (IA) pode ser um “aliado” para ajudar a encontrar novos minerais.

A tecnologia pode ser usada na “prospeção e pesquisa de novos recursos base de minerais que até agora não se conhecem e pode ajudar-nos a decidir qual o melhor local para começar a procurar um determinado recurso mineral”, explica ao ECO o cofundador Jorge Oliveira.

A inteligência artificial pode ajudar-nos a decidir qual o melhor local para começar a procurar um determinado recurso mineral.

Jorge Oliveira

Um dos fundadores da Sinergeo

A empresa tem investido em investigação e desenvolvimento (I&D) de IA aplicada à prospeção geológica e ao estudo de sistemas geológicos particulares, nomeadamente matérias-primas minerais e energia geotérmica. Jorge Oliveira explica que “Portugal continua a ser um país pouco explorado nesta matéria, pelo que ainda há muito para descobrir”.

Natural de Braga, o geólogo enumera que uma das causas “é a falta de cobertura cartográfica de base publicada e revista”. Deste modo, territórios como a Beira Baixa e Alto Alentejo têm sido alvo de atividades de investigação por parte da Sinergeo.

Três anos depois de criarem a empresa bracarense, os três colegas desenvolveram dois projetos de investigação científica financiados pela Comissão Europeia e pelo Estado português, em parceria com a Universidade do Minho.

Em 2009, iniciaram o projeto Agrocontrol, voltado para a medição do teor de humidade do solo por georadar, e em 2010 arrancaram com o Prospeg, concluído em 2013, que deu origem ao livro Prospeg Projeto de Prospeção, Análise Distanciada e Deteção Remota de Pegmatitos — rochas com minerais que são matérias-primas críticas definidas pela Comissão Europeia.

Um dos fundadores da empresa de geofísica aplicada conta ao ECO que “este projeto impulsionou a entrada da Sinergeo na área de proteção e pesquisa de recursos minerais”.

Jorge Oliveira, um dos fundadores da Sinergeo

“Temos uma área que vamos investigar e já está contratualizada com o Estado, recursos minerais e geotérmicos”, conta o geólogo de Braga. “Temos a prospeção e a eventual ocorrência do hidrogénio geológico (armazenado em reservatórios naturais na Terra), mas ainda está numa fase muito, muito precoce”, detalha o cofundador.

O responsável explica ainda que quando se inicia a prospeção, é porque “há indicadores que podem materializar-se ou não”. “Estamos a promover a I&D e podemos estar a gerar um recurso valioso para o nosso território”, sublinha.

Precisamos de conhecer os recursos minerais e geotérmicos que o país tem e vamos continuar a apostar na prospeção. Quem sabe se vamos conseguir encontrar algum hidrogénio geológico”, antecipa o porta-voz da empresa, que tem o selo de I&D da Agencia Nacional de Inovação (ANI), emprega sete geólogos e fatura quase meio milhão de euros ao ano. “Além da prospeção, vamos continuar a apostar na investigação e desenvolvimento”, diz.

O geólogo recorda que há um conjunto de metais que são críticos e raros, como o cobre e o lítio, e a empresa pretende “contribuir para que, no nosso território, se possa identificar locais onde existem esse tipo de materiais”.

A empresa que estuda o subsolo e faz estudos geotécnicos, geofísicos e hidrogeológicos, trabalha para municípios, empresas de prospeção e recursos minerais, empreiteiros e gabinetes de engenharia e projeto.

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