Ucrânia. Zelensky alerta para risco de ‘Afeganistão 2.0’
Volodymyr Zelensky opôs-se a negociações de paz que retirem a adesão da Ucrânia à NATO.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, advertiu esta segunda-feira que o fim da guerra poderia resultar num cenário semelhante ao do Afeganistão em 2021 e opôs-se a negociações de paz que retirem a adesão da Ucrânia à NATO. “Não se pode retirar a adesão à NATO. Não é assim que funciona. Acho que ninguém está interessado num Afeganistão 2.0”, afirmou Zelensky à ARD, a principal emissora pública alemã.
De acordo com Zelensky, a “falta de respeito pela vida humana” levou à “tragédia” que resultou no regresso dos talibãs ao poder no Afeganistão em agosto de 2021, resultante da retirada caótica das tropas norte-americanas do país. “A experiência mostra o que acontece quando alguém põe fim a algo sem pensar bem e se retira demasiado depressa”, sublinhou o líder ucraniano.
Zelensky referiu ainda que, apesar de a Ucrânia ter conseguido desenvolver a sua própria indústria de defesa ao longo dos três anos de guerra contra a Rússia, “não será possível alcançar uma vitória ucraniana sem o apoio dos Estados Unidos”. Segundo o líder ucraniano, as negociações de cessar-fogo também teriam de incluir garantias de segurança.
Numa altura em que o Presidente norte-americano, Donald Trump, propõe um contingente europeu para ajudar a Ucrânia, Zelensky contrapôs que “os norte-americanos deveriam estar lá”. O Presidente ucraniano voltou igualmente a rejeitar qualquer acordo sem a Ucrânia.
É “inútil porque, infelizmente, a guerra está a decorrer no nosso solo”, sublinhou, explicando que a Rússia e os Estados Unidos só podem chegar a acordo sobre as suas relações bilaterais. “Não podem certamente negociar sobre o nosso povo e as nossas vidas. Sobre o fim da guerra sem nós. Somos um Estado independente”, reiterou Zelensky.
“Legalmente, não abdicaremos dos nossos territórios”, afirmou o líder ucraniano, mostrando-se confiante de que as partes do país que foram conquistadas e anexadas pela Rússia, em violação do direito internacional, voltarão um dia a fazer parte da Ucrânia. “É claro que vamos recuperar tudo. O respeito pelo direito internacional regressará. Se não for hoje, será amanhã”, sublinhou.
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