Mais pessimista sobre crescimento, Bruxelas avisa para ambiente internacional “imprevisível”

Comissário europeu sinalizou que crescimento da União Europeia será revisto em baixa e advertiu para a elevada incerteza, sobretudo das políticas comerciais.

A economia da União Europeia irá crescer a um ritmo mais lento do que o esperado, refletindo o impacto das políticas protecionistas norte-americanas. O aviso é do comissário europeu responsável pela pasta do Comércio, Valdis Dombrovskis, que alertou os países da moeda única para se prepararem para um contexto internacional com maior imprevisibilidade.

A posição do comissário europeu foi transmitida esta sexta-feira aos jornalistas, em conferência de imprensa, após a reunião do Eurogrupo, na qual o crescimento económico e a política orçamental estiveram em cima da mesa de debate. “No geral, esperamos que a economia da UE cresça em um ritmo mais lento em comparação ao que projetamos na previsão de outono”, afirmou.

Em novembro do ano passado, Bruxelas previu um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia (UE) de 0,9% em 2024 e de 1,5% em 2025 e da Zona Euro de 0,8% no ano passado e de 1,3% este ano. Os dados do Eurostat apontam para uma taxa de crescimento de 0,9% na UE e de 0,7% na Zona Euro em 2024.

Dombrovskis salientou que a incerteza é “elevada” e que aumentou substancialmente, sobretudo associada às políticas comerciais resultado da posição norte-americana, destacando que “limita o investimento e reduz as perspetivas” externas para a economia europeia.

Ademais, sinalizou, os preços da energia aumentaram novamente nos últimos meses, o que está a pesar no desempenho da economia. “No entanto, apesar de todos esses desafios, as condições para uma recuperação gradual do ímpeto de crescimento ao longo deste ano continuam”, disse. Ainda assim, defendeu que “a Zona Euro deve preparar-se para um ambiente internacional cada vez mais imprevisível”.

“Precisaremos fazer um uso total dos nossos pontos fortes e abordar os nossos pontos fracos com a máxima urgência. Teremos que assumir mais responsabilidade no que toca à nossa segurança e defesa e melhorar nossa competitividade e fundamentos económicos”, elencou.

O comissário europeu indicou ainda que os ministros dos países da moeda única responsáveis pelas Finanças endossaram a orientação orçamental que deve guiar os Estados-membros. “A recomendação deste ano destaca a necessidade urgente de abordar a produtividade e a inovação em atraso, enfatizando a importância de continuar os nossos esforços para aumentar a competitividade da Zona Euro”, sublinhou.

Paralelamente, a recomendação coloca uma forte ênfase na necessidade de fortalecer o Mercado Único.

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