Morningstar defende parcerias público-privadas para reduzir lacunas nos seguros
A agência de rating destaca o sucesso de regimes nacionais de seguros que cobrem riscos contra catástrofes naturais na redução das lacunas de proteção e defende a criação de solução à escala europeia.
A agência de rating Morningstar DBRS acredita que a criação de “um esquema de resseguro público-privado” a nível da União Europeia (UE) faria com que este tivesse “um papel ativo” na redução das lacunas de proteção ao mesmo tempo que garantiria “seguros a preços acessíveis contra catástrofes naturais” em toda a zona comunitária. Por lacuna de proteção entende-se o valor que, em caso de sinistro, não está coberto por seguradoras.
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De acordo com a Autoridade Europeia de Supervisão de Seguros e Pensões Complementares (EIOPA), apenas cerca de 20% das perdas económicas provocadas por catástrofes naturais na UE estão cobertas por seguros.
Num comentário lançado esta segunda-feira, a agência indica que a existência de regimes nacionais de seguros que cobrem riscos específicos contra catástrofes naturais já contribuiu para reduzir a lacuna de proteção nos casos em que foi implementado.
Um exemplo destes regimes nacionais é a entidade pública que atua como seguradora de último recurso em Espanha: o Consórcio de Compensação de Seguros (CCS). Até ao dia 15 de janeiro o CCS tinha efetuado pagamentos de 81.399 processos num valor acumulado de 1.050 milhões de euros pelos danos provocados pelas inundações e tempestades ciclónicas atípicas que afetou principalmente a região de Valência.
A EIOPA e o Banco Central Europeu (BCE) propõem a criação de uma solução europeia que iria tirar partido dos regimes de seguro existentes e reforçar o efeito de diversificação da partilha de risco a uma escala mais alargada. Um dos objetivos deste mecanismo seria reduzir o impacto das catástrofes naturais nas despesas públicas.
A solução proposta a nível da UE baseia-se em dois pilares: a implementação de um sistema de resseguro público-privado e a introdução de um financiamento público da UE em caso de catástrofe.
“Na nossa opinião, a solução a nível da UE proposta pela EIOPA seria benéfica para a solidez financeira das companhias de seguros expostas ao risco de catástrofes naturais e positiva para as suas notações de crédito”, afirmou Mario De Cicco, vice-presidente, Global Insurance & Pension Ratings da Morningstar DBRS.
“A implementação do regime de resseguro público-privado da UE poderia proporcionar uma capacidade de resseguro adicional no mercado e um apoio financeiro para as companhias de seguros P&C [propriedade e acidentes]”, remata o responsável.
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