Pedro Nuno Santos exige explicações “cabais” a Montenegro. “Não podemos ter um primeiro-ministro sobre o qual recaiam suspeitas”
Líder socialista defende que não se pode ter um primeiro-ministro "sobre o qual recaiam suspeitas" e quer saber o motivo do aumento da faturação no ano em que Montenegro se tornou líder do PSD.
O secretário-geral do PS exigiu esta sexta-feira explicações “cabais” ao primeiro-ministro sobre a da Spinumviva, a empresa familiar de Luís Montenegro, entre as quais as razões da “explosão” de faturação em 2022. Pedro Nuno Santos defendeu que não podem recair quaisquer suspeitas sobre o chefe de Governo e que este não se pode escudar no silêncio.
“O que precisamos é de um primeiro-ministro que dê as respostas. Não passa pela cabeça de ninguém que possamos continuar nesta situação, sem que o primeiro-ministro seja claro e responda de forma cabal a todas as dúvidas que se instalaram“, afirmou Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas no Parlamento. “Precisamos de um um primeiro-ministro que não tenha suspeições sobre si, tenha a confiança do país e que assuma a responsabilidade“, acrescentou.
O socialista reagia assim ao agudizar da polémica em torno da empresa Spinumviva, depois de se tornar público esta sexta-feira que a Solverde, empresa que tem concessão de casinos, está a pagar 4.500 euros por mês à sociedade da família de Luís Montenegro.
Pedro Nuno Santos considerou que a “notícia é grave” e confirma que “o PS tinha razão”, nomeadamente nas questões que colocou. “Os portugueses merecem e têm direito a ter confiança no seu primeiro-ministro. Essa confiança tem de ser restabelecida“, disse, acrescentando: “É fundamental termos todos a certeza que o primeiro-ministro não ficou a dever favor a ninguém”.
O líder socialista reforçou as três perguntas que tinha colocado a Montenegro durante o debate da moção de censura: “quais foram e quais são os clientes da empresa do primeiro-ministro?“, “quais são os serviços que foram prestados a estas empresas e por que preços?” e “quem é que presta os serviços da empresa, nomeadamente desde que o primeiro-ministro se afastou da empresa e que preço foi pago a quem presta os serviços”.
Pedro Nuno Santos avançou ainda com uma quarta questão, que considerou ser fundamental: “quais são as razões para a explosão da faturação em 2022, ano em que o primeiro-ministro decide afastar-se da empresa e é candidato à liderança do PSD?“.
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"Quais são as razões para a explosão da faturação em 2022, ano em que o primeiro-ministro decide afastar-se da empresa e é candidato à liderança do PSD?”
O secretário-geral do PS realçou que “nunca esteve em causa o direito a ter uma empresa” e que isto “não é nenhum perseguição a um empresário”.
“Somos todos adultos. Não tem de ser na sequência da oposição que o primeiro-ministro deve responder ao país. Se o primeiro-ministro só fala na sequência de ações de outros partidos, estamos muito mal“, disse, acrescentando que o silêncio não pode ser a opção. “O que é importante é que o primeiro-ministro responda de forma cabal a todas as perguntas, colocada por nós PS, mas também às perguntas órgãos de comunicação social têm feito”.
Esta sexta-feira, o primeiro-ministro anunciou que irá falar ao país às 20 horas de sábado, após a realização de um Conselho de Ministros extraordinário e de fazer uma “avaliação pessoal, familiar e política”.
Quando o caso Spinumviva foi conhecido, Montenegro explicou que tinha vendido a quota que tinha na sociedade à mulher, o que, contudo, é um negócio sem efeitos práticos, uma vez que o primeiro-ministro vive em regime de comunhão de adquiridos. O Chega avançou mesmo com uma moção de censura, que não passou no Parlamento, mas nesse debate, pressionado pela oposição, Montenegro recusou-se a revelar a lista de empresas que contratou a sua sociedade. Logo naquele dia, foi conhecido que a Solverde seria um dos clientes, mas só esta sexta-feira veio a público que o grupo que tem uma concessão de casinos continuava a pagar mensalmente um valor de 4.500 euros, mesmo com Montenegro como primeiro-ministro.
(Notícia atualizada pela última vez às 13h29)
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