“Só há eleições se existir um voto do PS e um voto do Chega”, vinca Leitão Amaro

Leitão Amaro diz que o PS quer continuar um clima de "erosão lenta das condições de governabilidade". E frisa que a moção de confiança é "independente" da comissão parlamentar de inquérito.

O ministro da Presidência de Portugal disse esta sexta-feira que o Partido Socialista (PS) quer continuar um “clima de suspeição” e um clima de “erosão lenta das condições de governabilidade”. E garante: “Aquilo que nós propusemos [moção de confiança] foi uma clarificação para que não se votasse uma coisa e dissesse outra”.

“Ao longo destas últimas semanas, vimos, em particular do PS, uma vontade de degradação das condições de governabilidade. O instrumento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi só mais um. Tanto quanto o Governo sabe, o PS quer continuar um clima de suspeição, um clima de erosão lenta das condições de governabilidade. O PS não alterou a sua posição e há uma oportunidade“, disse António Leitão Amaro, no final do Conselho de Ministros.

Segundo o ministro, essa estratégia do PS não pode persistir e tem de haver uma clarificação definitiva das condições de governabilidade. “A ameaça de um instrumento da CPI é apenas uma demonstração de uma postura de insustentável aceitação das condições de governabilidade”, acrescenta.

E se o PS recuasse no pedido de uma CPI? O governante diz que o que está em causa “ultrapassa” e é “independente” da CPI. “O que está em causa é muito mais se há ou não uma CPI e um esclarecimento”, garante, contrariando a versão do ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, que esta sexta-feira afirmou que se o PS retirar a CPI “há condições para a moção de confiança poder ser retirada”.

“O que o ministro Castro Almeida disse foi ecoar a declaração do primeiro-ministro da semana passada e foi essencialmente isto: que tem que haver uma demonstração clara dos partidos da oposição de que há condições de governabilidade”, explicou Leitão Amaro.

O ministro da Presidência sublinhou ainda que “só há eleições se existir um voto do PS e um voto do Chega”. O Governo propôs uma “clarificação para que não se votasse uma coisa e dissesse outra”, afirmou.

Sobre a moção de confiança, admite que é a “última oportunidade” para as oposições, em particular o PS, demonstrarem de uma vez por todas se entendem ou não que existem condições de governabilidade.

Leitão Amaro garante não há nenhuma conversação com os partidos que não seja o debate público que os portugueses conhecem. “Não há conversações. Houveram moções e naquela que será debatida e votada na próxima semana o que nos assistimos foram variações e mudanças nos votos até e depois um discurso que muitas vezes não era coincidente”, disse.

(Notícia atualizada às 16h35)

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